Conta atrasada gera corte nos telefones da PM e da Sesp

Policiais relatam que linhas podem receber chamadas, mas não efetuá-las, afetando a resposta da PM às denúncias feitas ao 190. Atraso de pagamento também pode afetar refeições distribuídas em presídios

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Publicada 20 de Novembro, 2013 às 14:50

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A falta de pagamentos de contas básicas para manutenção da segurança pública e do sistema penitenciário do Paraná prejudica os serviços da Polícia Militar (PM) e pode afetar o atendimento aos mais de 18 mil presos em presídios do estado. A PM e a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) em Curitiba não podem fazer ligações telefônicas nesta quarta-feira (20). No caso da polícia, o problema já atingiria também algumas cidades do interior. A informação foi confirmada por vários policiais, que preferiram não se identificar. O corte, feito por falta de pagamento, atinge também a Sesp. Já os presos podem não receber alimentação devido a falta de pagamento de seis empresas fornecedoras.

Sobre o telefone, segundo os policiais, a conta não é paga desde setembro. Na noite de terça-feira (19), a interrupção no serviço foi feita pela operadora de telefonia que presta o serviço para o estado. No prédio da Sesp, os funcionários também não conseguem telefonar, apenas receber chamadas. Procurada pela reportagem, a secretaria não confirmou o problema, mas informa que vai emitir posicionamento sobre o assunto ao longo do dia. A pasta centraliza as despesas com telefonia dentro do sistema de segurança pública mas, no entanto, o corte não atingiu a Polícia Civil.

O problema agrava o atendimento de ocorrências policiais. Muitas das chamadas às viaturas da PM ainda são realizadas para telefones celulares. Os atendentes da central de emergências 190 ligam para os policiais para avisá-los das ocorrências, em razão da fragilidade do sistema analógico dos rádios comunicadores da polícia.

Segundo os policiais, as consequências são ainda piores. Os atendentes não podem retornar as ligações para os cidadãos que fazem as denúncias. Em muitos casos, o denunciante liga, avisa a polícia sobre determinado crime e os atendentes deveriam retornar para dar mais orientações, receber informações complementares e explicar qual encaminhamento foi dado ao problema denunciado. Sem poder fazer ligações, a resposta fica impossibilitada.

Presos

Se o governo do Paraná não pagar as seis empresas que fornecem alimentação para os 31 presídios do estado, mais de 18 mil presos poderão ficar sem café da manhã, almoço e jantar a partir do próximo mês. Algumas das terceirizadas da alimentação não têm mais dinheiro para comprar alimentos e pagar seus funcionários. Algumas das empresas estão sem receber desde agosto e outras desde setembro.

O gasto por ano com alimentação dos 18 mil presos é de R$ 80 milhões por ano. Portanto, equivale a pouco mais de R$ 6,6 milhões por mês.

A titular da Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (Seju), Maria Tereza Uille Gomes, está na Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa), na manhã desta quarta-feira (20), para tentar resolver o problema.

Sobre o atraso dos pagamentos, a assessoria da Seju informa que a quitação dos serviços é de responsabilidade da Sefa.

Procurada pela reportagem, a Secretaria da Fazenda informou que iria analisar as informações do atraso antes de se pronunciar.

Aperto nas finanças

O corte nos telefones é mais um desdobramento dos problemas financeiros enfrentados pelo governo do estado do Paraná. Em setembro, o governador Beto Richa (PSDB) anunciou medidas para reduzir os gastos, com corte de cargos comissionados e a extinção de secretarias.

Na segurança pública, os problemas orçamentários incluíram o atraso no pagamento de salários a cadetes iniciantes do Curso de Formação de Oficiais (CFO) da Academia do Guatupê, que serve à PM.

No começo de novembro, também por falta de pagamento, houve transtorno no abastecimento de viaturas em Curitiba e na RMC.

Quem também enfrentou problemas foram os alunos do curso de formação para agentes penitenciários do Paraná. Eles não receberam a bolsa-auxílio de R$ 1 mil prometida pelo edital do concurso, mesmo que estivesse especificado que o valor deveria ser pago durante e não após a conclusão do curso.

Fonte: gazeta do povo

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