Fronteira de São Miguel a Guaíra será monitorada por câmeras 24 horas

Ministério da Justiça pretende instalar 624 equipamentos de monitoramento em 60 municípios fronteiriços. Seis deles ficam no Paraná

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Publicada 31 de Maio, 2013 às 10:37

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O governo federal planeja implantar um esquema de vigilância com 624 câmeras ao longo dos 16,8 mil quilômetros de fronteira do Brasil com outros dez países. O plano, orçado em R$ 29,5 milhões, será executado em parceria com 11 estados, a quem caberá apresentar os projetos e licitá-los. Ao todo, 60 municípios fronteiriços foram pré-selecionados para receber os equipamentos, de acordo com a Portaria nº 42 da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), publicada no Diário Oficial da União da última terça-feira.

No Paraná, 57 câmeras serão instaladas em seis municípios das regiões Sudoeste, Oeste e Noroeste. São eles: Barracão, Guaíra, Marechal Cândido Rondon, Santa Helena, Santo Antônio do Sudoeste e São Miguel do Iguaçu, totalizando um aporte de R$ 2,5 milhões. Cada cidade receberá de nove a dez câmeras. Os estados têm até o dia 28 de junho para encaminhar as propostas ao governo.

No Paraná, o projeto está sendo elaborado pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), Polícia Militar e prefeituras dos municípios contemplados. O major Erich Wágner Osternack, comandante do Batalhão de Fronteira, diz que as câmeras serão colocadas em perímetros urbanos e vias de acesso. "O contrabando entra pela fronteira e atravessa as cidades paranaenses. Com as câmeras, vamos fazer um controle dos veículos suspeitos que entram e saem das cidades com contrabando, drogas e armas", explica. O major afirma que os dispositivos devem ser operados pelas Polícias Militar e Civil, mas todos os órgãos de segurança poderão acessar as imagens.

Guaíra, uma das cidades beneficiadas, já está prestes a concluir o mapeamento dos pontos para instalação das câmeras. À frente do trabalho, o tenente da PM, Daniel Zambon, considera a ferramenta importante para aprimorar a segurança no município, conhecido por ser rota do contrabando e do tráfico. "Além do monitoramento em tempo real, as imagens servirão de provas para a Justiça", diz.

A Receita Federal, que também atua na fronteira e fiscaliza rodovias e estradas vicinais da Região Oeste, considera a iniciativa positiva. "A proposta é boa porque vários órgãos de segurança terão acesso às informações", diz a auditora-fiscal da Delegacia de Foz do Iguaçu, Giovana Longo.

Licitação

Além das câmeras, o projeto inclui a infraestrutura do sistema de captação, transmissão e recepção, a central de videomonitoramento e o treinamento dos operadores. Segundo o Ministério da Justiça, o plano integra a Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras (Enafron), programa da Senasp instituída a partir do Plano Estratégico de Fronteiras.

500 quilômetros é a extensão da fronteira paranaense com o Paraguai e a Argentina. A maior parte do contrabando de mercadorias, drogas e armas que ingressa no Brasil entra por essa rota.

Vants decolam após período de inoperância

Após denúncias de inoperância por falta de combustível e falhas no contrato com fornecedores, o Veículo Aéreo Não-Tripulado (Vant) começou a patrulhar a região de fronteira. Duas aeronaves da Polícia Federal (PF) e duas da Força Aérea Brasileira (FAB) atuam, pela primeira vez em caráter simultâneo, na Operação Ágata 7, desencadeada pelas Forças Armadas para coibir o contrabando e o narcotráfico na fronteira brasileira.

Em visita ontem à base do Vant, em São Miguel do Iguaçu (Oeste do Paraná), o ministro da Defesa, Celso Amorin, garantiu o funcionamento da aeronave e disse não ter visto problemas relacionados a falhas nas operações no ano passado. "Eu não vi nenhum problema. Os Vants já estão funcionando e de maneira integrada com os Vants da FAB. As imagens e ações são integradas e já resultaram em apreensões concretas", afirmou, se referindo às 3,5 toneladas de maconha apreendidas na região desde o último dia 18, quando teve início a operação.

Na avaliação de Amorin, o Vant é uma ferramenta nova e extremamente útil porque é mais barata em comparação ao helicóptero e de grande utilidade para o policiamento das fronteiras.

O chefe da Divisão de Inteligência da PF, delegado Wellington Soares Gonçalves, garante que o sistema Vant está consolidado. Os voos, de acordo com ele, estão autorizados pelos órgãos de controle aéreo desde o norte do Rio Grande do Sul até metade do Mato Grosso do Sul, incluindo Santa Catarina e Paraná. A área equivale a cerca de 45 mil quilômetros quadrados.

Histórico

A PF começou a usar o Vant em 2011, com uma aeronave. O avião, modelo Heron, tem autonomia para voar 3 mil quilômetros, o que equivale uma viagem de Foz do Iguaçu até Brasília com folga. A aeronave é operada de uma base terrestre. Em 2012, por questões de ajustes de contrato, ficou quase um ano sem operar. Os voos se limitaram a novembro e dezembro e foram retomados no início deste ano.

Em março passado, o Ministério Público Federal realizou uma inspeção na delegacia da PF em Foz e na base do Vant. No entanto, o relatório ainda não foi finalizado. A atribuição do grupo é verificar se atividade policial está ocorrendo de forma regular.

Reprodução Gazeta do Povo

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