Maioridade penal: antes empregados dos criminosos; hoje chefes do crime organizado

Brasileiros fazem campanha nas redes sociais pela redução

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Publicada 23 de Abril, 2013 às 14:49

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Crimes envolvendo adolescentes têm mobilizado o país em uma campanha para redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. Fotos e páginas nas redes sociais são compartilhadas por milhares de brasileiros, protestando contra o que eles afirmam ser uma proteção injusta ao menor infrator. A intenção da campanha é que os adolescentes acusados de crimes hediondos (estupro, homicídio qualificado e latrocínio) possam responder como adultos. 

Em Foz do Iguaçu, no ano passado, foram mais de 500 processos envolvendo menores. Este ano já foram 180 processos; a maioria envolvendo adolescentes de 16 e 17 anos. Agora eles são considerados chefes do crime.

"O cenário mudou. Antes os menores eram usados como empregados dos criminosos, mas hoje eles são os chefes das quadrilhas; ou seja, muitos são os chefes do crime organizado", disse o delegado da Delegacia do Adolescente, Matheus Loiola.

Dos processos com menores em 2013, 25 foram crimes violentos, 50 com tráfico de drogas e 8 adolescentes acusados de estupro. "Foz do Iguaçu tem muitos crimes cometidos por adolescentes. A posição geográfica da cidade, em região de fronteira (Paraguai e Argentina), acaba contribuindo com isso", disse o delegado. 

No Centro Sócioeducação de Foz do Iguaçu estão internados cerca de 100 adolescentes. A redução da maioridade penal causa divergências entre polícia e Conselho Tutelar. "Como delegado sou favorável a esta redução. Seria oportuna e necessária esta redução para 16 anos, porque hoje a criminalidade violenta está baseada nos adolescentes de 16 e 17 anos. Reduzindo a maioridade, iremos retirar estas pessoas de circulação", contou o delegado. 

Já o Conselho Tutelar tem outro posicionamento. "O Conselho Tutelar de Foz do Iguaçu, com seus 10 conselheiros, é contra a redução da maioridade penal. Acreditamos que o Estado deve fazer seu trabalho com estes adolescentes com educação e saúde. Estes jovens fazem o que fazem porque o Estado não está cumprindo seu papel", ressaltou Gabriel Machado, conselheiro tutelar em Foz.

Redação: Catve

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