Gatos também têm acne. Veja formas de identificar o problema

Pontos escuros no queixo dos bichanos podem ser diagnosticados como acne felina. Conheça os sintomas e as formas de tratamento.

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Publicada 06 de Setembro, 2022 às 11:02

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A acne é um problema comum durante a adolescência da maior parte das pessoas e, em alguns casos, persiste até na vida adulta. Mas a espinha vai além da espécie humana e está presente na vida dos felinos, com suas particularidades. Segundo a médica veterinária dermatologista Bárbara Costa, trata-se de um distúrbio da atividade das glândulas sebáceas, levando ao excesso da produção de sebo na região do queixo.

A doença não está presente em cães, apesar de haver possibilidade de distúrbios nas glândulas, mas que não se caracterizam como acne, como ocorre nos gatos. A enfermidade felina tem surgimento espontâneo, mas possui também predisposição genética. Começa pouco perceptível nos animais, o que pode levar o tutor a demorar a levar para um profissional. A veterinária Bárbara explica que se inicia aparentando ser uma sujeira no queixo e vai evoluindo para pontos escuros semelhantes a cravos.

É nesse momento inicial que a intervenção deve ocorrer, para que o problema não se agrave. "Caso não seja tratada nessa fase, a pele começa a ter sinais mais evidentes de inflamação, como vermelhidão, feridas, crostas e mau cheiro", alerta a veterinária. Esses machucados causam incômodo, coceira e, nos casos mais graves, dores no queixo ? a única região afetada.

A identificação no estágio inicial corre mais facilmente em animais com pelos claros, como foi o caso de Tapioca, gato da tutora Bruna Brandão. Logo nos primeiros meses de vida, o gatinho apresentou alguns pontinhos pretos e, de prontidão, a cientista política levou para um profissional, que diagnosticou como típica acne felina. Com troca de potes e uso de medicamentos tópicos, como cremes e sabonetes, o bichano se recuperou.

Bruna conta que, tempos depois, teve complicações com pelo encravado, mas a acne, em si, não voltou mais desde a realização do tratamento.

Causas e prevenção

São diversos os motivadores que levam ao quadro de acne, que pode ser causado por funções em desequilíbrio no organismo do gato, incluindo estresse crônico. Também pode ser motivado pela falta de limpeza adequada, tanto do gato que não consegue se limpar sozinho quanto dos comedouros e bebedouros. A médica veterinária Selma Ferreira, especializada em felinos, explica que o material dos potes também importa, já que os de plástico são mais porosos e podem acumular gordura e bactérias.

Para o cuidado adequado dos bichanos, Selma recomenda a troca dos potes por versões em aço inox ou cerâmica e a lavagem diária dos mesmos. Junto com os recipientes, é necessário manter todo o ambiente higienizado para garantir qualidade de vida e bem-estar para o felino, que poderá cuidar da própria pelagem e prevenir problemas dermatológicos como um todo. Além disso, ter enriquecimento ambiental no ambiente colabora para um animal mais relaxado e com menor tendência a desequilíbrios.

A castração também é um fator relevante a ser considerado. Bárbara Costa alerta que, por ter predisposição genética, os animais com o problema devem ser esterilizados. Além, é claro, de a castração ajudar a amenizar o problema por uma questão hormonal, segundo a veterinária. "Os hormônios sexuais, principalmente a testosterona e a progesterona, têm efeito direto na atividade das glândulas sebáceas."

Tratamento

Para um tratamento eficiente, deve haver personalização. "É preciso ocorrer de acordo com o grau de severidade de cada paciente", afirma Bárbara. A avaliação de um veterinário especializado, como dermatologista ou especialista em felinos, é essencial para um diagnóstico adequado, já que, dependendo das manifestações, pode parecer com outras infecções fúngicas. Podem ser utilizados para tratamento produtos antissépticos, hidratantes, anti-seborreicos e anti-inflamatórios.

"Após o tratamento das lesões, sempre é recomendado uma outra terapia de manutenção para evitar a recorrência das lesões", completa.

As visitas de acompanhamento são essenciais, segundo a veterinária Selma Ferreira, para que aconteça uma medicina preventiva e orientações corretas para o tutor. No caso de infecções secundárias, podem ser necessários antibióticos ou até antifúngicos, de acordo com avaliação médica.

A veterinária estima que o tratamento, em média, dure entre 10 e 30 dias. Outra informação importante é que não pode ser transmitido entre animais ou que possa passar para os tutores, de alguma forma.

Fonte: Correio Braziliense

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