Justiça solta 10 policiais acusados de tortura no caso Tayná

Entre os policiais que devem ser soltos está o delegado Silvan Pereira, ex-titular da Delegacia de Colombo

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Publicada 28 de Outubro, 2013 às 17:48

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Após pouco mais de três meses, a Justiça de Colombo, na região metropolitana de Curitiba, revogou, na última sexta-feira (25), as prisões preventivas de dez policiais suspeitos de terem torturado o quarteto inicialmente apontado como suspeito de ter assassinado Tayná Adriane da Silva, de 14 anos. Os policiais ainda estão detidos no Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e na Delegacia de Furtos e Roubo de Veículos (DFRV) e expectativa da defesa é de que eles sejam o mais breve possível.

Os policiais estavam presos desde a primeira quinzena de julho, quando a Justiça decretou as prisões preventivas de 16 dos 21 denunciados pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR). De lá para cá, dez policiais continuaram presos - incluindo o delegado Silvan Pereira, ex-titular da Delegacia de Colombo e primeiro responsável pelo inquérito que apura a morte da jovem.

Na decisão, a juíza Aline Passos argumentou não ver mais razões para manter os policiais presos, ?uma vez que as supostas vítimas foram incluídas no programa de proteção às testemunhas e os réus são servidores públicos, com residência fixa, e vêm colaborando com a Justiça?. A magistrada citou ainda a possibilidade ?constrangimento ilegal? aos acusados por conta do enorme lapso temporal transcorrido desde a prisão sem que o caso fosse solucionado.

Apesar de revogar as prisões preventivas, a Justiça condicionou a soltura ao pagamento de fiança no valor de R$ 10 mil e determinou aos policiais o cumprimento de medidas cautelares, como o comparecimento bimestral em juízo e a proibição deles se ausentarem por mais de oito dias da cidade onde residem, além de proibi-los de se aproximar dos quatro homens supostamente torturados.

O advogado de Silvan, Cláudio Dalledone, celebrou a decisão da juíza Aline Passos. ?Foi uma decisão tardia, mas justa. Não havia argumentos para manter essas pessoas presas, quando os reais matadores de Tayná estão protegidos por lei?, argumentou o defensor, referindo-se aos quatro funcionários do parque de diversões de Colombo inicialmente acusados do crime.

Logo após o assassinato da adolescente, cometido no dia 25 de julho, o quarteto preso chegou a confessar o homicídio. Dias depois, porém, os homens foram soltos alegando terem confessado sob tortura. Por conta disso, eles acabaram incluídos no Provita - um programa de proteção a testemunhas. A autoria do crime continua sob investigação. No último dia 10, o delegado Cristiano Quintas, da Delegacia de Homicídios (DH), pediu ao MP-PR a prorrogação do prazo para investigar o caso.

O advogado dos demais nove policiais presos, André Luiz Romero, não foi localizado pela reportagem para comentar a decisão.

Procurado, o coordenador estadual do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Leonir Batisti - que comandou a investigação da tortura contra os então suspeitos, não quis comentar a soltura dos policiais.

Redação: Gazeta do Povo 

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