Caso Alex: Acusados são condenados e sentenciados a 36 anos de prisão

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Publicada 24 de Março, 2017 às 19:20

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No dia de hoje, sexta-feira (24), o julgamento de Anderson Luiz Kovaes e Marcos Alexandre Godois Kovaes aconteceu na Comarca de Medianeira. Os dois estavam sendo acusados do homicídio de Alex Franco da Silva. 

O crime aconteceu no dia 21 de outubro de 2014, e o corpo foi encontrado em uma estrada rural do município, a vítima tinha marcas de várias facadas e estava com as mãos amarradas e uma mordaça na boca. 

A forma bárbara em que a morte de Alex foi efetuada chocou a todos. 

Segundo as investigações do GDE, em conjunto com o trabalho da Polícia Militar e Polícia Civil, foi apurado que na data do crime, o acusado Anderson Luiz Kovaes havia encontrado mensagens da vítima no celular de sua ex-esposa. Logo após, Anderson marcou um encontro com Alex, se passando pela mulher, para um acerto de contas. 

No depoimento de Anderson, ele defende que queria apenas conversar com a vítima, mas que devido as reações violentas do mesmo, e insultos direcionados a Anderson, motivado por ira ele deu fim a vida de Alex. 

Ainda em depoimento, Anderson disse que após cometer o crime ligou para seu primo Marcos Alexandre Godois Kovaes para dar fim ao carro de Alex. 

O veículo foi encontrado em uma estrada rural, mais afastada do local onde havia sido encontrado o corpo, nas proximidades do Morro da Salete. Uma testemunha afirmou ter visto dois carros passando pela estrada, na noite do crime, e no dia seguinte avistou um dos carros, a Parati de Alex, e ligou para a Polícia, achando se tratar de um veículo furtado. 

Dessa forma a investigação do GDE, percebeu que o veículo tinha uma batida na frente, e começou a procurar por outros veículos com características que condiziam com a possível batida. 

O veículo foi achado em uma chapeação no bairro do primeiro acusado. 

Através de denúncias, a Polícia chegou até Marcos Alexandre Godois Kovaes, e em sua casa foi encontrado uma caixa de som, que era de Alex. Dessa forma, o mesmo foi preso também como participante do crime. 

DEFESAS

Anderson confessou o crime ao ser preso, e ajudou a Polícia a localizar o local do crime, bem como a faca usada para dar os golpes que deram fim a vida de Alex. 

Ele disse que por motivos de ciúmes e raiva ao ser insultado por Alex, deu golpes de facas no mesmo. Mas sempre dizendo que tinha agido sozinho. 

A defesa de Anderson, sustentou a base de atuação na confissão do réu, bem como na motivação do crime, que haveria sido por motivo emocional. Dessa forma a pena poderia ser reduzida, levando em consideração o Código Penal do Brasil. 

Já a defesa de Marcos, sustentou sua base no fato de que Anderson havia ligado para o mesmo após cometer o homicídio, pedindo ajuda e dizendo que havia feito besteira. 

O furto do aparelho de som e do aparelho celular de Alex, foram confessados por Marcos. 

Outro destaque da defesa de Marcos, foi que não haviam provas concretas de que o mesmo havia participado do crime, apenas a vasta experiências dos policias responsáveis pela investigação, que constataram que pelo tamanho de Alex e Anderson, não havia possibilidade de ele amarrar a vítima sozinho e matá-lo.

Os dois afirmaram que Marcos foi ajudar Anderson, e resolveu simular um assalto. Eles esconderam o veículo nas proximidades da Linha Salete, e subtraíram o celular e aparelho de som do carro de Alex.

PROMOTORIA 

A base de acusação da promotoria se deu ao fato de que, Anderson havia confessado o crime, e deveria ter sua pena aumentada pelo fator de crueldade com o qual foi cometido. 

Bem como, a forma em que foi feito, impedindo a vítima de se defender em todos os momentos. 

Já a parte de acusação de Marcos, se direcionou para o fato de as várias informações dadas em depoimentos dos acusados não serem lógicas, como por exemplo, a abordagem que Anderson fez em Alex, sozinho segundo ele. 

Marcos também foi acusado de furto, por ter sido encontrado o aparelho de som em sua residência, e por ele ter dado o celular da vítima a outra pessoa, que testemunhou contando que havia ganho do acusado. 

A promotoria defendeu a tese de que os acusados conviveriam em sociedade se fossem absolvidos e a responsabilidade do júri era permitir se isso aconteceria ou não.  

A brutalidade do crime também foi bastante destacada, Alex foi encontrado com vários golpes de faca, em diversos lugares do corpo, e principalmente no pescoço. 

SENTENÇA 

Anderson Luiz Kovaes foi considerado culpado pela prática de homicídio qualificado e absolvido do delito de furto qualificado. 

De acordo com a votação do Conselho de Sentença as circunstâncias do crime são desfavoráveis ao réu, por se utilizar meio cruel, utilizando recursos que impossibilitaram a defesa da vítima.

Dessa forma, a pena base foi fixada em 12 anos de reclusão. 

O agravante do delito ter sido praticado com meio cruel, aumentou a pena em apenas dois anos, por o mesmo confessar o crime e por ser réu primário.

No total, Anderson foi sentenciado a cumprir 14 anos de reclusão. 

Marcos Alexandre Godois Kovaes foi considerado culpado pela prática de homicídio qualificado e furto qualificado. Por registrar maus antecedentes, sua pena não pode ser reduzida.

De acordo com a votação do Conselho de Sentença as circunstâncias do crime são desfavoráveis ao réu, por se utilizar meio cruel, utilizando recursos que impossibilitaram a defesa da vítima.

Dessa forma, a pena base foi fixada em 13 anos e seis meses de reclusão. 

O agravante da crueldade do crime, aumentou em mais 4 anos a pena base. 

Já a acusação de furto, confessada por Marcos, aumentou a pena em mais 3 anos de reclusão, pois o mesmo efetuou o furto como forma de tentar ocultar o crime de homicídio por ele praticado. 

O ato de realizar o furto para ocultar o crime, aumentou a pena em mais 1 anos e seis meses. 

Sendo assim, a pena total de Marcos ficou fixada em 22 anos de reclusão. 

REPERCUSSÃO 

Juntos, os dois acusados foram sentenciados a cumprir 36 anos de prisão.

Na época em que o homicídio ocorreu a população ficou bastante chocada com a brutalidade em que aconteceu. Alex era uma pessoa bastante conhecida no município e tinha um bom relacionamento com todos. 

Por esse motivo, o julgamento foi acompanhado por muitas pessoas, que lotaram o Fórum Municipal, juntamente com a família da vítima, e famílias dos acusados. 

O sentimento era de tristeza, por Alex ter tido sua vida ceifada de forma tão cruel. E para os familiares dos acusados, a tristeza de ver dois jovens tendo suas vidas tomadas por um crime brutal com motivo banal, pois ficou constatado que a motivação foi ciúmes. 

Dessa forma, fica a reflexão da tolerância com a qual lidamos com determinados fatos e de que forma isso refletirá em nossas ações e futuramente nas conseqüências que apareceram. 

Redação Guia Medianeira 

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