Houve ainda 2.061 latrocínios (roubos seguidos de morte) no ano passado. Além disso, 2.368 pessoas morreram em confrontos com a Polícia Militar. Os dados coletados pela reportagem ajudam a traçar uma radiografia da segurança no Brasil.
Considerando a quantidade de homicídios para cada 100 mil habitantes, em 2014, de acordo com os dados obtidos, o Brasil teve um índice de 25,81. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que taxas acima de 10 por 100 mil habitantes configuram "nível de epidemia".
Alagoas, que desde 2006 encabeça o ranking entre os estados com a maior taxa, vem trabalhando para reduzir o indicador, mas ainda lidera, com 61,8 mortes por 100 mil. Já Mato Grosso destaca-se por ter a maior variação na taxa, que subiu 8 pontos de 2013 para 2014, passando de 31,43 mortes por 100 mil habitantes para 39,57.
No Paraná a taxa de homicídios a cada 100 mil é de 22,7. Totalizando o número de 2.515 homicídios registrados em 2014. Enquanto o número de latrocínios foi de 105, com uma taxa de 0,95 a cada 100 mil. O Paraná tem população de 11.081.692 de habitantes.
O último relatório divulgado pelo governo federal, no "Mapa da Violência", mostra que, em 2012, foram registrados 56.337 homicídios dolosos (29 mortes a cada 100 mil). O levantamento é feito com base nos números do Ministério da Saúde e mostra que, desde 2007, a taxa de homicídios do Brasil vem crescendo a cada ano.
O anuário feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que coleta estatísticas do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisionais e Sobre Drogas (Sinesp), do Ministério da Justiça, diz que, em 2013, houve 50.806 homicídios dolosos. Neste caso, a taxa de mortes por 100 mil fica em 25.
Renato Sérgio de Lima, vice-presidente do fórum e doutor em ciências sociais pela Universidade de São Paulo (USP), diz que os dados indicam que "não adianta mais tapar o sol com a peneira". "Duvido que alguém vai achar que quase 60 mil mortes por ano seja um número bom e deva continuar como está."
"Este é um tema que não deve mais esperar: ou nos mobilizamos ou o Brasil vai perder o protagonismo e ver deflagrada uma guerra civil, e é isso que já acontece em algumas cidades", defende Lima.
Pacto nacional
Para tentar conter o avanço dos homicídios, o Ministério da Justiça pretender lançar até o fim do ano um pacto nacional, buscando promover um acordo entre União, estados e municípios e reunindo medidas e metas contra a violência armada.
O ex-secretário nacional de Segurança Pública e coronel reformado da PM de São Paulo José Vicente da Silva teme que a nova iniciativa seja apenas mais "um nome em uma faixa para não dizer nada". "É preciso que as decisões sejam colocadas em prática com a participação efetiva de todos, desde o governador, os comandantes, até quem está na ponta da linha", defende.
Já o vice-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública entende que o pacto pode se tornar uma alternativa de projeto de Estado, e não de governo. "É necessário unir esforços independente de coloração partidária", diz Renato.
Fonte: G1
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