Famílias sem teto acampam em área particular em Medianeira e PM reintegra área

Acampados diziam que só sairiam do local quando casas prometidas ficarem prontas; Dono do imóvel solicitou apoio da polícia

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Publicada 19 de Novembro, 2013 às 15:02

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Uma área particular localizada na esquina das ruas Iguaçu com João XXIII no Bairro Ipê em Medianeira que vinha sendo ocupada de forma irregular por cera de 20 famílias desde o fim de semana foi reintegrada ao proprietário. Na manhã de hoje as famílias já estavam demarcando o local e erguendo moradias temporárias com lonas. No início da tarde, no entanto, a Polícia Militar promoveu a reintegração da área. De acordo com o capitão Damião Enéas de Mello, da PM de Medianeira, a polícia foi procurada pelo proprietário da área que relatou a invasão. "Como os invasores não constituíram residência, estavam apenas com barracos de lona, foi possível promover essa reintegração imediata", explicou.

De acordo com o relato dos acampados ? que pediram para não serem identificados - "o motivo para acamparem na área é a falta de condição de pagar aluguel e o fato, segundo eles, de a área estar abandonada". Segundo eles, todos pagavam aluguel, mas a situação foi ficando complicada e então acabaram se juntando e chegando até este terreno. Pela manhã os manifestantes afirmavam que o terreno era da Prefeitura, e que só iriam sair do local quando as casas que foram prometidas para a população ficassem prontas. Mas, com a chegada do proprietário e da polícia, tudo mudou. Os invasores estavam bastante exaltados. "Tem 30 anos que tem essa área aqui abandonada, o dono não cuida, não limpa, ai agora que viemos para cá ele vem aqui querer tirar a gente", diziam os invasores. "Se ele quer que a gente saia, ele vai ter que limpar esse terreno, nós vamos exigir que ele limpe".

Alguns manifestantes também disseram que "teriam sido ofendidos pelo proprietário e que iriam registrar a ocorrência".

O proprietário do terreno, Darci Junior relatou que "suas terras estão regulares quanto a documentação e impostos, e que não é justo que ninguém invada uma área que não lhe pertence. "Eles tem direito as casas deles, mas eu tenho meus direitos quanto as minhas terras. Eu pago imposto, está tudo regular, dentro da lei", afirmou.

Quanto a afirmação dos moradores de que o local 'estaria abandonado', o dono do imóvel explicou que essa informação não procede. "Eu só faço as coisas dentro da lei, para limpar essa área eu preciso de autorização e liberação do IAP (Instituto Ambiental do Paraná), que já foi solicitado. Assim que houver a liberação a limpeza será executada".

Seu Darci destacou que gostaria que essas pessoas saíssem pacificamente de suas terras, e que todos encontrassem uma casa para morar. 

A Polícia Militar contou com apoio do Pelotão de Choque. Não houve resistência na saída dos invasores do terreno, porém, uma mulher acabou detida. 

Prefeitura

A reportagem entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Medianeira que reforçou que a área onde as famílias estavam acampadas não pertence ao município. "É uma área particular, não pertence ao município de Medianeira", afirmou a assessoria. "Aqui na cidade são duas áreas de invasão, esta no Bairro Ipê e outra na região do Bairro Panorâmico, e as duas são particulares".

Ainda conforme a assessoria, o proprietário do terreno na região do Bairro Panorâmico, quando da invasão, entrou com pedido de reintegração de posse.

Casas populares

De acordo com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura o programa que visa a construção de casas populares na cidade está em andamento. "É uma parceria do município com o governo, e como toda obra pública depende de seguir uma série de trâmites burocráticos", explicou. "Mas o programa está em andamento e em breve, a empreiteira que venceu a licitação deverá iniciar a construção das primeiras 230 unidades", acrescenta.

O programa de construção de moradias populares é financiado pelo governo através da Caixa Econômica Federal, que coordena toda a parte de construção até a entrega do imóvel ao proprietário. Conforme a Assessoria, à Prefeitura cabe a parte de cadastro das famílias interessadas e que se encaixam nos parâmetros do programa através da secretaria de Ação Social. "A administração pública faz esses cadastros das famílias e repassa ao banco, além disso, ao município cabe contrapartida de isenção dos impostos até a entrega do empreendimento", destaca.

Ainda conforme a Assessoria, a empresa que vencer a licitação para a construção das moradias é que fica responsável pela aquisição da área e construção e finalização do empreendimento.

Redação: Guia Medianeira

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