População de onças cai 80% no Parque Nacional do Iguaçu nos últimos 15 anos

O símbolo do Parque Nacional do Iguaçu, a onça pintada está ameaçada. No pouco que resta da Mata Atlântica no Brasil, a população de onça sofreu uma redução de mais de 80% nos últimos 15 anos. Segundo estudos do Carnívoro do Iguaçu, que monitora o parque, 90% dos animais mortos foram vítimas de caçadores. Hoje, acredita-se que só restam 18 onças no lado brasileiro da unidade. "Este número de 18, chegamos através de pesquisa com armadilhas de foto em campo", disse Apolônio Rodrigues, chefe de manejo do parque.

A área destinada ao turismo é pequena e não interfere na reprodução e preservação da espécie, mas o homem cada vez mais perto do parque tem contribuído com a caça. "Sempre que há conflito entre o homem e a natureza há problema. A onça, quando os caçadores caçam seus alimentos, elas vão atrás de outros, como o gado", relatou o Tenente Nilson Figueiredo Alves Junior, responsável pelo comendo a Polícia Ambiental/Foz.

O comércio não é a principal motivação dos caçadores, mas a vaidade e a competição entre eles, que usam muitas armadilhas que conseguem capturar o animal vivo. "Querem a pele ou o crânio por vaidade, já que a onça é um animal poderoso, mas também tem a cultura de caça da região", disse Apolônio.

Duas onças são monitoradas através de colar de GPS, mas a maioria é acompanhada através de câmeras no meio da mata. Uma delas chegou a ser flagrada pelos vídeos de segurança no centro de visitação do parque. A onça passeou, durante à noite, na área de venda de ingressos e de embarque.

Na semana passada, a PF e o Instituto Chico Mendes apreenderam duas peles de animais; uma de onça, em uma propriedade rural em Santa Tereza do Oeste. Para a Polícia Ambiental as leis contra a caça deveriam ser mais rigorosas.

A estimativa é que em 80 anos a onça desapareça do parque, mas o Instituto Chico Mendes está fazendo de tudo para que isso não aconteça. "Estamos sempre com trabalho de proteção do parque e de preservação", relatou Apolônio. 

Fonte: CATVE