Cinco meses após cair cerca de 18,2%, em decorrência do pacote do governo para o setor elétrico, a tarifa residencial da Copel pode subir até 13,44% a partir de segunda-feira (24). Esse é o reajuste anual autorizado nesta quinta-feira (20) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Na média, as tarifas para baixa tensão ? classe que, além das residências, inclui o comércio e outras atividades ?, terão aumento de 14,42%. Para o setor industrial (alta tensão), o reajuste autorizado pela Aneel foi um pouco maior, de 14,86%. Na média de todos os 4,1 milhões de consumidores da empresa em 393 municípios do estado, as tarifas vão subir 14,61%.
Com a redução do início do ano, a tarifa da Copel havia caído ao menor patamar em uma década. O reajuste recém-aprovado vai tirar boa parte desse efeito. No entanto, mesmo com a aplicação do aumento de 13,44%, a nova tarifa ainda será 7,2% inferior à cobrada até janeiro deste ano.
Um dos principais motivos para o forte aumento é o intenso uso de termelétricas, que estão acionadas em todo o país há vários meses para poupar os reservatórios das hidrelétricas. Como a geração de energia térmica (a gás natural, carvão, óleo combustível ou óleo diesel) é muito mais cara, o custo extra tem de ser rateado entre todos os consumidores do país.
Recentemente o governo federal quis estender o rateio também às geradoras de energia, mas muitas delas conseguiram, na Justiça, liminares que as livraram da cobrança. O reajuste seria ainda mais forte se o governo federal não tivesse determinado o repasse de recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), um encargo do setor, para cobrir parte dos custos da geração termelétrica.
Segundo a agência reguladora, ?os percentuais aprovados de reajuste da distribuidora refletem, dentre outros fatores, a variação do IGP-M, índice previsto no contrato de concessão para mensurar a inflação no período, o aumento do custo dos Encargos de Serviços do Sistema (ESS) e os gastos que as distribuidoras tiveram com compra de energia, em especial a elevação do custo variável em função do aumento da geração térmica?.
Richa desautoriza reajuste da tarifa de luz da Copel
O governador Beto Richa disse agora há pouco em Londrina que vai pedir para que a Copel não atenda a pedidos da Aneel e mantenha a tarifa da conta de luz. Richa disse que o reajuste de 14,6% reflete os equívocos da política de energia do governo federal. "Vou pedir para a Copel segurar e ver exatamente o que é isto. Acredito que em função das últimas estiagens, o governo federal teve que colocar à todo vapor as usinas termelétricas em operação. Essas usinas, além de mais poluidoras, são muito mais caras, mas salvaram o país de um apagão. A Aneel está passando os gastos desta operação, este aumento, para várias concessionárias de energia. Eu não sabia anteriormente e pedi para a Copel segurar (o aumento) para tomar pé da situação".
Fonte: jornaldelondrina.com.br
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