Marmitas dos presos entram na mira do Ministério Público de Medianeira

Vigilância Sanitária ofertou prazo de 10 dias para que empresa se adeque as normas sob previsão de multa em caso de descumprimento

4.209

Publicada 10 de Junho, 2013 às 16:44

Compartilhar:

O Ministério Público de Medianeira instaurou um procedimento de investigação para averiguar e tomar providências em relação à falta de qualidade das marmitas que são entregues aos presos da cadeia pública local. 

De acordo com a promotora Rosane Pereira, "a falta de qualidade da comida e a quantidade abaixo do peso devido são os principais problemas". A promotora explicou que realiza vistorias mensais na cadeia pública no sentido de garantir que os direitos dos detentos estejam sendo cumpridos, entre eles, claro está a alimentação adequada. A partir de uma dessas vistorias se constatou que a alimentação está sendo entregue, mas não está atendendo o que é exigido em contrato. "Eu solicitei que a Vigilância Sanitária fizesse uma vistoria, e a partir do laudo vou analisar a situação e tomar as providencias necessárias", disse. "Não posso dizer ainda o que será feito, mas uma solução precisa ser encontrada, a empresa contratada precisa atender as especificações do contrato firmado com a Secretaria de Estado da Justiça", acrescenta.

A vistoria da Vigilância Sanitária realizada na manha de hoje (10) encontrou vários pontos em desacordo com as normas básicas de higiene, transporte e armazenamento de alimentos. Conforme o fiscal da Vigilância, Sebastião Marcolino da Silva, "são várias irregularidades". "Diante da situação foi ofertado o prazo legal de 10 dias para que a empresa se adeque". 

Ele explicou que entre os principais pontos estão o transporte inadequado, a temperatura das marmitas abaixo do ideal, e falta mesmo de alimentos. "Pouca comida, a marmita chega cedo e fica em caixas de isopor, as marmitas abrem, amassam", afirma. "A temperatura, para se ter ideia, deve estar acima de 60 graus, e estava em 34 graus".

As marmitas avaliadas, apresentavam arroz, macarrão e um pedaço de salsicha. 

De acordo com Silva, a empresa responsável por servir as refeições, precisa apresentar a licença sanitária, o responsável técnico e o cardápio diário. Caso as solicitações não sejam cumpridas, a empresa está sujeita a multa e a apreensão dos equipamentos. "Também notificamos a Regional de Saúde de Foz do Iguaçu para notificar a Regional de Saúde de Cascavel, para que uma vistoria seja efetuada na sede da empresa naquela cidade".

Vale explicar que a alimentação dos presos no Estado do Paraná foi totalmente terceirizada, e contratos foram firmados entre empresas que ganharam as licitações e a Secretaria de Justiça ou a Secretaria de Estado de Segurança Pública, dependendo da secretaria que administra as cadeias. O valor médio de cada refeição (almoço e jantar) é de R$ 3,00. 

Redação: Guia Medianeira

** Quer participar dos nossos grupos de WhatsApp/Telegram ou falar conosco? CLIQUE AQUI.

VEJA MAIS NOTÍCIAS | Medianeira