MP ofereceu denúncia contra missionário que abusava das filhas

O homem segue detido na cadeia pública, e a prisão temporária foi transformada em preventiva

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Publicada 03 de Junho, 2013 às 16:32

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O Ministério Público de Medianeira em entrevista coletiva nesta tarde (3) revelou a imprensa o andamento do caso que chamou a atenção da população pela gravidade e pelo fato de que as vítimas do crime eram as filhas de um homem que se intitulava como missionário israelita, pertencente a uma igreja de denominação evangélica. A situação veio à tona na última semana quando o acusado foi preso preventivamente pela Polícia Civil de Medianeira, na cidade de Campinas, no Estado de São Paulo. De acordo com a promotora Rosany Pereira Orfon , ontem a promotoria ofereceu denúncia contra o acusado ? que não terá a identidade revelada por determinação do MP. Desta forma, ele foi formalmente acusado do crime de abuso de vulnerável com agravante de utilizar de violência para com as vítimas, para abrigá-las a manterem segredo sobre o que ocorria. 

O homem segue detido na cadeia pública, e a prisão temporária foi transformada em preventiva. Conforme a promotora  a partir de agora, o caso será levado ao juiz que irá avaliar e definir se o acusado será condenado ou absolvido. A pena prevista para este tipo de crime, considerado hediondo, varia de 8 a 15 anos.

Sobre a mãe das crianças, a promotora disse que, a princípio, não existem indícios de que ela tivesse conhecimento dos fatos, e por este motivo, não será responsabilizada. "Até onde sabemos, ela não sabia, mas se no decorrer do caso ficar confirmado a conivência ela poderá ser responsabilizada".

Outra informação relevante em relação ao caso, é a de que existem indícios suficientes de que ele também vitimou outras crianças. "Recebemos denúncia nesse sentido".

Investigações

O Ministério Público também relatou que instaurou um procedimento investigatório criminal, para averiguar uma possível demora no andamento do caso, a partir da denúncia. Segundo Rosane, o Boletim de Ocorrência do caso foi registrado na Polícia Militar há cerca de 30 dias, porém, no dia 24 de maio, quando um casal procurou a promotoria para efetuar outra denúncia, a polícia não havia localizado o registro. "Nós entramos em contato com a Polícia Civil, que não localizou no primeiro momento o Boletim. Somente depois ele foi encontrado", disse. "Então, essa investigação será para avaliar se houve alguma irregularidade e quem seria o responsável por ela".

Pec 37

Aproveitando a presença da imprensa, a promotora falou ainda sobre a PEC 37, que entrará em votação no dia 26 de junho, e que se aprovada, ira limitar o poder de investigação do MP. Segundo a promotora, a aprovação seria um retrocesso. "Esse projeto foi criado como uma retaliação ao MP por conta da investigação do mensalão", afirma.

Segundo ela, com a aprovação da PEC, somente a polícia terá o direito de investigar crimes, e no ponto de vista da promotoria,  os crimes políticos, sobretudo, deixariam de ser investigados devidamente. "A Polícia Civil que é quem investiga é subordinada ao governo do Estado, e desta forma, ela não ira investigar isentamente os crimes de políticos corruptos, que na maioria das vezes andam junto com os governantes", destaca. "O que pedimos, é que a população nos apoie e se manifeste contra a PEC".

Redação: Guia Medianeira

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