Após 3 anos de demissões, Brasil cria 529 mil empregos formais em 2018

Dados do Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados (Caged) foram divulgados nesta quarta-feira pelo Ministério da Economia. Somente em dezembro, porém, houve mais demissões do que contratações.

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Publicada 23 de Janeiro, 2019 às 10:53

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Após três anos seguidos de demissões, a economia brasileira voltou a gerar empregos com carteira assinada em 2018, quando foram abertas 529.554 vagas formais.

Essa é a diferença entre as contratações, que totalizaram 15.384.283 em 2018, e as demissões - que somaram 14.854.729 pessoas.

Os números, do Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados (Caged), foram divulgados nesta quarta-feira (23) pelo Ministério da Economia.

De acordo com dados oficiais, esse também foi o melhor resultado, para um ano fechado, desde 2013 - quando foram abertas 1.138.562 empregos com carteira assinada. Deste modo, é o maior número de vagas abertas em cinco anos.

Saldo de empregos formais e mês de dezembro
 
Com a criação de empregos formais em 2018, o Brasil fechou o ano com um estoque de 38,39 milhões de empregos formais existentes. No fim de 2017, o saldo de empregos formais estava em 37,86 milhões de vagas. O resultado de 2018 representa o estoque mais alto, registrado no fim do ano, desde 2015 - quando 39,20 milhões de pessoas ocupavam empregos com carteira assinada.

Somente em dezembro de 2018, porém, houve fechamento de vagas. Esse é um mês que tradicionalmente há demissões de trabalhadores com carteira assinada. Em dezembro do ano passado, foram fechadas 334.462 vagas formais. No mesmo mês de 2017, por exemplo, as demissões superaram as contratações em 328.538 vagas.

Retirar a 'tutela' do Estado

De acordo com o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, o presidente Jair Bolsonaro já anunciou que o atual governo vai "acentuar as conquistas estabelecidas com a reforma trabalhista".
"Acreditamos que há uma necessidade de retiramos ainda mais a tutela do Estado na relação entre o público e o privado, entre os trabalhadores e empregadores, para facilitar a vida daqueles que querem empreender no Brasil. Vamos desburocratizar, permitir que um número maior de trabalhadores saiam da informalidade", declarou.
Ele observou que o modelo tradicional de contratações, por meio da carteira de trabalho, é importante e será apoiada, mas acrescentou que também é preciso olhar para os trabalhadores "intermitentes" (que trabalham por horas, ou por dia) e, também, para aqueles que atuam por meio de aplicativos.
O secretário também criticou o que ele classificou de "equívocos de política econômica" feita por gestões anteriores, que resultaram, em sua visão, na crise e recessão que se estabeleceu na economia brasileira em 2015 e 2016.
"O problema do emprego no Brasil começa a se acentuar em 2012. De 2015 a 2017, temos mais de 2,8 milhões de empregos subtraídos do mercado", declarou Marinho. Ele afirmou que o período de 2012 a 2017 é para "ser esquecido" por conta desses "equívocos" que o "Brasil não pode mais suportar".
 

Ano de 2018 por setores
 
De acordo com os números do governo, sete dos oito setores da economia abriram vagas no ano passado. O setor de serviços foi o que mais abriu vagas, e a administração pública foi o único setor que demitiu trabalhadores.

Veja abaixo os resultados:

Construção civil: 17.957 postos
Indústria de transformação: 2.610 empregos
Indústria extrativa mineral: 1.473 postos formais
Serviços Industriais de Utilidade Pública: 7.849 vagas
Administração pública: -4.190 empregos
Comércio: 102.007 vagas formais
Agropecuária: 3.245 vagas
Serviços: 398.603 empregos

Regiões do país
 
De acordo com o Ministério do Trabalho, todas as cinco regiões do país registraram mais contratações do que demissões no ano passado.
 

Região Sudeste: 251.706 vagas abertas
Região Nordeste: 80.639 vagas criadas
Região Norte: 28.161 vagas abertas
Região Centro-Oeste: 66.825 vagas criadas
Região Sul: 102.223 vagas abertas
 
Trabalho intermitente
 
Segundo o Ministério da Economia, foram realizadas 69.985 admissões e 19.951 desligamentos na modalidade de trabalho intermitente no ano de 2018. Com isso, houve um saldo positivo de 50.033 empregos no período.

O trabalho intermitente ocorre esporadicamente, em dias alternados ou por algumas horas, e é remunerado por período trabalhado.

Foram registradas ainda, no ano passado, 68.925 admissões em regime de trabalho parcial e 47.551 desligamentos, gerando 21.374 empregos formais no último ano.
 

Salário médio de admissão
 
O governo também informou que o salário médio de admissão foi de R$ 1.531,28 em dezembro do ano passado, o que representa uma alta real, com os valores sendo corrigidos pelo INPC, de R$ 3,14 em relação ao patamar do mesmo mês de 2017 (R$ 1.528,14). Em novembro de 2018, ainda de acordo com informações oficiais, o salário médio de admissão estava em R$ 1.528.40.

Fonte: G1

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