Grupo TEAjudando: Mães com filhos autistas criam grupo de apoio e conscientização

11.266

Publicada 02 de Abril, 2018 às 16:40

Compartilhar:
>> publicidade : ver novamente <<

Hoje, dia 2 de abril, é Dia Mundial da Conscientização do Autismo. O Dia Mundial de Conscientização do Autismo foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 18 de dezembro de 2007, com o intuito de alertar as sociedades e governantes sobre esta doença, ajudando a derrubar preconceitos e esclarecer a todos.

O Autismo, também conhecido como Transtornos do Espectro Autista (TEA), são transtornos que causam problemas no desenvolvimento da linguagem, nos processos de comunicação, na interação e comportamento social da criança.  Atualmente, estima-se que 70 milhões de pessoas no mundo todo possuem algum tipo de autismo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Com relação ao Brasil, esse número passa para 2 milhões.

Em nossa região, um grupo de mães está se destacando na divulgação e conscientização da doença, e fomos conhecer uma dessas mães, a Dentista Daniela Araújo, mãe do pequeno Fabricius Araújo Cruz da Rocha, de quatro anos.

A história de Daniela começou quando seu filho, com um ano e oito meses de idade, parou de falar: "O pediatra dele achou que ele estava muito apático, isso me criou uma pulga atrás da orelha, e fui buscar explicações. Após um período de seis meses fizemos diversos exames, para descobrir algo que não se aponta em analises, o comportamento. Veio o diagnóstico de autismo, e com dois anos e meio, passamos pela fase do luto, você nunca espera que seu filho tenha um problema neurológico, fiquei quatro meses de luto, e inseri ele na Amoa e em tratamentos alternativos, e percebi que meu filho poderia melhorar, e fiz do luto a minha luta".

No processo de buscar alternativas para o filho. Daniela conheceu outras duas mães que também estavam envolvidas com o autismo, procurando incansavelmente opções que pudessem não curar, mas sim tratar seus filhos.

"E então criamos o Grupo TEAjudando, e começamos a trocar nossas experiências. Isso foi crescendo e atualmente temos 43 três mães entre São Miguel do Iguaçu e Medianeira. E agora estamos tomando uma ação, que é de apoiar essas mães, porque acredito, assim como todas, que quando aceitamos os nossos filhos, e corri em busca de ajuda, meu filho melhorou muito".

Com diversos objetivos, o Grupo tem um que precisa ser destacado que é o diagnóstico precoce, para que os tratamentos sejam inseridos o quanto antes para que a criança possa ter mais chances. Os objetivos são:

1) Dar apoio e direcionamento aos pais

2) Divulgar o Autismo

3) Ajudar os pais à orientar escolas, professores e profissionais

4) Promover a inclusão dos Autistas

5) Buscar os direitos dos autistas junto aos órgãos públicos

Uma das ações realizadas pelo Grupo foi a distribuição de uma cartilha com os sintomas e demonstrações que podem ser de uma criança autista, para que isso auxilie no diagnóstico precoce. A próxima ação será um direcionamento para os pais que acabaram de receber o diagnóstico de seus filhos.

"Isso tudo dentro do Grupo, porque o autismo tem vários espectros, cada mãe tem a sua realidade, sua condição social, e nossa missão é poder ajudar umas às outras, dando mais conforto para essas mães poderão ajudar no tratamento de seus filhos".

Sintomas

O autismo acomete pessoas de todas as classes sociais e etnias, mais os meninos do que as meninas. Os sintomas podem aparecer nos primeiros meses de vida, mas dificilmente são identificados precocemente. O mais comum é os sinais ficarem evidentes antes de a criança completar três anos. De acordo com o quadro clínico, eles podem ser divididos em 3 grupos, e cada um dentro do seu espectro (nível), cada criança autista é única:

1) ausência completa de qualquer contato interpessoal, incapacidade de aprender a falar, incidência de movimentos estereotipados e repetitivos, deficiência mental;

2) o portador é voltado para si mesmo, não estabelece contato visual com as pessoas nem com o ambiente; consegue falar, mas não usa a fala como ferramenta de comunicação (chega a repetir frases inteiras fora do contexto) e tem comprometimento da compreensão;

3) domínio da linguagem, inteligência normal ou até superior, menor dificuldade de interação social que permite aos portadores levar vida próxima do normal.

Na adolescência e vida adulta, as manifestações do autismo dependem de como as pessoas conseguiram aprender as regras sociais e desenvolver comportamentos que favoreceram sua adaptação e auto-suficiência.

Superação

Muito emocionada, Daniela tentou explicar como é ser uma mãe de autista, como é lidar com tudo isso: "Mãe é a base tudo, me emociono muito, eu desejo para todas as mães de autistas para terem força, foco e fé, porque cada dia é uma descoberta, para saber como lidar com o seu filho, para mim pode ser mais fácil, mas outras mães não. Uma mãe não desiste de seu filho, a mãe de um autista não desiste em dobro, é difícil para uma mãe ver o filho dos outros se desenvolve normalmente e o seu não. Vamos buscando sempre melhorar a vida dessas crianças, que a gente nunca perca a esperança. Nós estamos aqui, e esse grupo veio para ajudar, vemos muitas alternativas para os filhos, mas não vemos terapias para as mães, se ajudando como a base forte, nós queremos superar. Precisamos de pessoas que levem a superação aos nossos filhos, cada autista tem a sua superação, e atrás de cada superação tem uma mãe envolvida e lutando por seu filho. Abracem essa causa, e tentem entender como é o mundo de um autista e de uma mãe que passa por isso, as características, os gritos, a forma de agir, é uma maneira dessas crianças se expressarem. Hoje, sendo mãe do Fabricius, eu sei que ele me transformou em uma mulher muito mais forte que sou, que eu achava que era. Depois que entendi que eu fazia parte da superação do meu filho, ele melhorou muito em seu desenvolvimento. Não desistam, tenha fé, tenha força. Estamos aqui", completa Daniela.

Conscientização

Para finalizar, Daniela deixa uma mensagem de conscientização: "A mensagem que eu deixo é simplesmente amor e dedicação, é a única coisa que eu acho que vale a pena. Eles amam a gente como se fosse a coisa mais importante, com o amor da criança você supera qualquer coisa. Criança que tem espectro autista não é doente, trate ela com respeito, trate as limitações delas com respeito. A sociedade precisa ter uma visão de que essa criança precisa de cuidados e não que seja excluída, e que as pessoas não tenham tanto preconceito, que a opinião seja mais branda, que as pessoas sejam mais solidarias, ajudem, tenham mais empatia", conclui Daniela.

O grupo está centralizado em São Miguel do Iguaçu e Medianeira, mas pode apoiar qualquer mãe de autista de toda a região.

Hoje, o grupo participará de uma audiência pública na Câmara de Vereadores em São Miguel do Iguaçu, para falar sobre o diagnóstico precoce e conscientização da população.

Para mais informações sobre o Grupo TEAjudando, os telefones são:

Medianeira ? Cris (45) 9 9926-6343

São Miguel do Iguaçu ? Liliane (45) 9 9961-0643

Facebook: https://www.facebook.com/TEAjudando-195190697742077/

** Quer participar dos nossos grupos de WhatsApp/Telegram ou falar conosco? CLIQUE AQUI.

VEJA MAIS NOTÍCIAS | Medianeira