Novas pesquisas e caso Correios devem apimentar debate desta 5ª

1.974

Publicada 02 de Outubro, 2014 às 10:11

Compartilhar:
>> publicidade : ver novamente <<
Os candidatos à Presidência da República terão, na noite desta quinta-feira, o último encontro antes das eleições de domingo: Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) participam de debate promovido pela Rede Globo ? e sob o impacto das pesquisas de intenção de voto que devem ser divulgadas horas antes. Nenhum dos três terá agenda pública ao longo do dia: dedicarão a quinta-feira aos treinos para o embate. A presidente-candidata já passou a quarta-feira basicamente reclusa, concedendo apenas uma coletiva de imprensa no Palácio do Alvorada no final da tarde. O debate começa depois da novela Império.

O encontro se dará em meio a mais uma denúncia envolvendo o governo Dilma: o de uso político dos Correios na campanha. Após a divulgação de um vídeo em que um deputado petista afirma que a presidente-candidata só chegou aos 40% de intenções de voto porque há "dedo forte dos petistas" na estatal, o PSDB afirmou que a estatal boicotou deliberadamente o envio de malotes de campanha de Aécio como forma de favorecer a presidente-candidata na corrida presidencial. Aécio e o candidato tucano ao governo de Minas Gerais, Pimenta da Veiga, começaram a reunir provas para pedir a cassação dos registros de candidatura da petista.

Marina também se pronunciou sobre o caso na quarta-feira, em ato político em São Paulo. Segundo ela, essa prática mostra o "aparelhamento do Estado" feito por candidatos que querem se reeleger "a qualquer custo, não importando o meio". "A reeleição é uma chaga, que inaugurou o mensalão no Congresso Nacional. Reeleição cria uma situação de aparelhamento, de confusão entre o partido e o Estado. Esse tipo de prática deve ser condenada pela Justiça Eleitoral", disse a candidata. Já Dilma negou qualquer uso dos Correios em sua campanha e classificou as notícias como ?um absurdo?.

Em queda nas pesquisas de intenção de voto, Marina pretende adotar um tom mais voltado à discussão de programas de governo no último debate. "Não existe desejo de ataque frontal", disse o coordenador adjunto da campanha, deputado Walter Feldman, em entrevista à Agência Estado. Segundo o coordenador, Marina não quer entrar num "debate duro" e pretende passar a imagem de única alternativa entre os candidatos capaz de promover mudanças. "A reação não pode ser no nível que os adversários desejam", defendeu Feldman. Cansada da agenda pesada dos últimos dias, a ex-senadora pretende descansar e recuperar a voz. No último debate, promovido pela Rede Record, a presidenciável estava visivelmente cansada ? e acabou por ficar "apagada" nas discussões.

Dilma nega uso dos Correios na campanha

A presidente Dilma Rousseff negou nesta quarta-feira que os Correios tenham auxiliado sua campanha eleitoral. Mas não comentou diretamente a confissão do deputado Durval Ângelo, que foi flagrado em vídeo agradecendo a direção da empresa pelo apoio ao PT em Minas Gerais. Ao responder sobre as críticas da oposição ao episódio, afirmou: "Vocês são jornalistas: vocês acreditam nisso? Gente, nós estamos vivendo uma campanha eleitoral, que fica uma situação um pouco nervosa. Isso é um absurdo".

Em entrevista concedida no fim da tarde no Palácio da Alvorada, Dilma destacou seu programa de construção de creches, cuja meta era entregar 6.000 empreendimentos. Até agora, entretanto, pouco mais de 2.000 foram entregues. A presidente enfatizou o número de obras contratadas: mais de 6.400.

As creches são construídas pelas prefeituras com recursos repassados pelo governo federal. Mas o método está sujeito a fraudes, como acabou revelando a própria presidente ao contar um episódio protagonizado por uma prefeitura responsável por três obras. "Um certo cachorro aparecia na foto das três creches; donde a foto em questão não era das três creches, era de uma creche só que ele estava prestando conta", afirmou, para depois concluir: "É interessante essa história do cachorro, porque foi por absoluto acaso que alguém se deu conta que o cachorro era o mesmo", disse ela.

Ainda com a voz rouca por causa do excesso de eventos públicos, Dilma não teve outros compromissos nesta quarta-feira além da entrevista. Ela se poupou para o debate desta quinta-feira, na TV Globo. Com ou sem voz, a presidente garantiu que vai comparecer.

Fonte: VEJA

** Quer participar dos nossos grupos de WhatsApp/Telegram ou falar conosco? CLIQUE AQUI.

VEJA MAIS NOTÍCIAS | Paraná / Brasil / Mundo