Lava Jato inspira motel no DF; designer já planejou mais de 350 suítes 'curiosas'

Cristina Bertozzi estudou fetiches brasileiros para criações que incluem quartos 'Cinquenta Tons' e 'Cabine de Avião'. 'Cela da Lava Jato' é novidade e custa até R$ 156 por duas horas.

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Publicada 27 de Março, 2017 às 11:43

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Além de prender políticos e empresários do primeiro escalão e dominar o noticiário dos últimos três anos, a operação Lava Jato também mexeu com o imaginário de casais do Distrito Federal. As investigações inspiraram a decoração de uma suíte de luxo de um motel reformada para simular uma cela.

A responsável pelo projeto é a arquiteta brasiliense Cristina Bertozzi. Com mais de 350 quartos de motel no currículo, a designer recebeu a missão de repaginar as suítes do Motel Altana, em Sobradinho. Após fazer uma pesquisa sobre os fetiches dos brasileiros, ela diz ter descoberto que "motivos policiais" despertam a curiosidade e os prazeres de boa parte da população.

?Espaços inspirados em países, como Dubai, Paris e Roma se tornaram ?démodé?. As pessoas querem sair de casa para experimentar coisas diferentes, conhecer locais que estimulem seus fetiches.?

Ao saber desse resultado, o dono do motel pediu que a designer transformasse um dos quartos em prisão. Assim, a suíte número 8 ganhou grades de ferro, paredes de cimento queimado e recortes de jornais e revistas sobre os desdobramentos da Lava Jato.

Ao estacionar o carro na garagem, o cliente percebe que a suíte não é a melhor opção para quem busca o romantismo tradicional. Em uma das paredes, um grafite estampa presidiários dentro de uma cela. Na outra, executivos se abraçam e trocam ?propina? em solo parisiense.

Subindo as escadas, três painéis com fotos dos principais investigados pela operação da Polícia Federal e com reportagens sobre o assunto acompanham aqueles que optam pelo tema. Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o juiz federal Sérgio Moro e outros personagens da operação ? Nestor Cerveró, Eduardo Cunha e Delcídio do Amaral, por exemplo ? são algumas das figuras que podem encarar os amantes no trajeto até a suíte.

A capital francesa volta a aparecer no interior do quarto de quase 20 metros quadrados. A foto, no entanto, foi posicionada atrás das grades. A designer explica a escolha: ?Quis simular o presidiário rico que está confinado, mas sonha estar em Paris?.

Para realizar a fantasia, é preciso desembolsar entre R$ 129 e R$ 156 ? o preço varia de acordo com o dia da semana e o tempo de permanência. Além da decoração e dos itens triviais, a suíte tem banheira de hidromassagem e vista panorâmica da capital federal.

Outros temas

No motel de Sobradinho, Cristina desenvolveu outros espaços temáticos. Para aqueles que desejam reproduzir cenas do filme e do livro ?Cinquenta tons de cinza" ? sucessos do gênero "soft-porn" ?, há uma suíte sadomasoquista. No quarto náutico, uma cama que simula um barco compõe a decoração. Em outra suíte, paredes pretas e brancas dão um ar de estúdio fotográfico.

A designer também criou aposentos em outros motéis da cidade. Suítes decoradas com temas aquáticos, quartos que simulam cabines de avião e enfermarias ? todos com a assinatura de Cristina ? estão espalhados pelo DF. ?Tudo para apimentar a relação dos candangos?, resume.

O trabalho da profissional chamou a atenção e, até o fim deste ano, ela deve finalizar o projeto de um motel no Rio de Janeiro. Ao G1, ela disse que não pretende limitar o currículo às suítes conhecidas pelo espelho no teto. Cristina também faz decoração de casas, mercados e outros ambientes. ?Vou do motel à igreja?, brinca.

Fonte: G1

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