Fique atento nem todas as vacinas da gripe podem ser aplicadas em crianças

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Publicada 15 de Abril, 2016 às 11:43

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Vacinas tetravalentes produzidas por um dos laboratórios que abastecem o mercado não foram estudadas em crianças dessa faixa etária e não devem ser aplicadas nesse público

Quem pretende vacinar filhos pequenos contra a gripe deve se atentar aos tipos de vacina oferecidas pelos centros e clínicas de vacinação. Crianças de seis meses a três anos de idade não podem tomar qualquer uma das vacinas disponíveis no mercado. A atenção tem que ser redobrada com as vacinas quadrivalentes ? as que protegem contra quatro cepas diferentes de influenza. "Existe uma marca de vacina tetravalente, que é a GSK, que só pode ser usada em crianças partir de 3 anos, porque ela não foi estudada em crianças mais novas", alerta a infectologista Viviane Dias, do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG).

Sem o estudo, não é possível saber se a vacina provocaria alguma reação adversa em crianças nessa faixa etária ou até mesmo qual seria a posologia correta. Outra fornecedora de vacina tetravalente, a Sanofi Pasteur tem um a versão especial da vacina para as crianças.

"A Sanofi Pasteur [que também produz vacinas tetravalentes] tem estudos a partir de seis meses de idade e tem uma dose pediátrica de 25 mL. A seringa também vem com a marcação para o uso de 25 mL. A vacina da GSK não vem com essa demarcação e nós não fazemos o fracionamento de dose por conta", diz a coordenadora do Centro de Vacinas do Hospital Pequeno Príncipe, Heloísa Giamberardino.

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As vacinas trivalentes ? produzidas pela Abbot e pelo Instituto Butantã ? estão liberadas, porque também foram testadas para o público infantil. As crianças que forem imunizadas durante a campanha nacional de vacinação do Ministério da Saúde ? assim como os adultos ? tomarão a vacina trivalente produzida pelo Instituto Butantã.

Reforço

A vacinação só é liberada a partir dos seis meses de vida. As crianças entre seis meses e nove anos de idade que nunca tomaram vacina contra a gripe deverão tomar duas doses do imunizante, com um intervalo de 30 dias entre elas. "A resposta imunológica das crianças menores de 9 anos é um pouco pior do que uma criança mais velha", explica Heloísa. A segunda dose é uma forma de garantir a imunização. Por isso, é importante que os pais não deixem de levar a criança que foram vacinadas pela primeira vez novamente ao posto de saúde ou centro de vacinação para tomar o reforço.

Outros métodos de prevenção

Além da vacinação, é importante ensinar as crianças que a prevenção depende de outras atitudes. ?É preciso ensiná-las a, quando tossir ou espirrar, não cobrir a boca e o nariz com a mão, mas com o cotovelo?, diz a infectologista do HNSG. Viviane destaca ainda a importância de não levar as mãos aos rosto ? próximo da boca, nariz e olhos ? sem que elas estejam limpas.

Infectologista pediátrico do Hospital Pequeno Príncipe, Victor Horácio Souza Costa Júnior reforça a necessidade de uso do álcool gel e a manutenção dos ambientes ventilados, mas diz que hábitos de vida saudáveis também contribuem para a prevenção. "Boa alimentação, bom sono, bons hábitos de vida. Tudo isso melhora a imunidade e diminui a chance de desenvolver a doença", diz.

Costa pede ainda que os pais evitem levar crianças para o pronto socorro ou atendimento de emergência sem necessidade. "Vemos muitos pais trazendo filhos na emergência por coisas que poderiam ser resolvidas no consultório do pediatra e a crianças acaba pegando alguma doença no hospital." A exposição de crianças doentes a outras saudáveis também deve ser evitada. Por isso, a recomendação dos médicos é "dar folga" da escola para os pequenos caso eles não estejam bem.

Fonte: Gazeta do Povo

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