Seis vereadores de Itaipulândia, no oeste do Paraná, foram presos nesta terça-feira (12), em operação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). Até as 10h, outros dois estavam sendo procurados. Dois, inclusive o presidente da câmara não foram localizados.
De acordo com o próprio Gaeco, 12 mandados estão sendo cumpridos - além dos vereadores, quatro servidores da Câmara foram detidos e outros dois - o contador e o ex-contador da Casa - foram conduzidos coercitivamente a depor no Fórum de São Miguel do Iguaçu.
Todos são acusados de usarem diárias do Legislativo para viagens, estadias e cursos - que, muitas vezes, nem existiam. Os presos foram levados para a sede do Gaeco em Foz do Iguaçu.
O cálculo dos investigadores é de que, em pouco mais de três anos, o grupo tenha causado prejuízo de R$ 700 mil em estadias irregulares.
Na Câmara de Itaipulândia, ninguém foi encontrado para comentar as prisões.
A operação foi deflagrada por volta das 6h30 desta terça-feira e conta com integrantes do Gaeco de várias regiões do Paraná.
O único vereador de Itaipulândia que não teve prisão decretada é Roberto Piano. O presidente, Vilso Nei Serena, não estava em casa no momento em que o Gaeco chegou. O vereador Claudinei Vieira, ou Nei Boiadeiro, teve a prisão decretada, porém, segundo informações, estaria viajando.
Vereadores de Itaipulândia conduzidos:
Adolfo Florencio Preis
Diacir Ferreira da Silva
Gelson Lautert
Jair Jose Escher
Marlei Kaefer
Silvani Olivia Groth Mendes
Vilso Nei Serena (Presidente) - Foragido
Claudinei Vieira (Nei Boiadeiro) - Viajando
Roberto Piano - Prisão não foi decretada
Em Santa Terezinha de Itaipu, agentes também cumpriram mandados de busca e apreensão de documentos relacionados ao pagamento de diárias em 2013 e 2014. As supostas irregularidades já vêm sendo investigadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR).
A assessoria juíridica da Câmara Municipal de Santa Terezinha de Itaipu informou que está prestando as informações solicitadas pelos agentes do Gaeco, que os servidores estão colaborando com as investigações e que aguarda a conclusão dos mandados para se posicionar sobre o caso.
Contas analisadas
Os pedidos de prisão foram baseados também em investigações iniciadas pelo TCE-PR em 2015 e que concluiu que os vereadores vinham usando as diárias de viagens para aumentar os próprios salários.
Técnicos analisaram documentos como cópias de notas fiscais, de cheques, de ordens de serviços e de certificados de cursos encaminhadas por alguns dos vereadores notificados e concluíram que os parlamentares gastaram demais e de forma indevida. A preferência, apontam, era por viagens para fora do estado e que preveem diárias mais altas.
Em Itaipulândia, os analistas encontraram irregularidades na prestação de contas de funcionários da Casa e de vereadores. Pelo levantando pelo TCE, o grupo poderá ter de restituir os cofres públicos em mais de R$ 14,4 mil. Já em Santa Terezinha de Itaipu, os pagamentos indevidos chegam a R$ 182,5 mil.
Fonte: G1 Paraná
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