Caso Tayná pode ter sido a gota d´água para queda do comando da Polícia Civil do Paraná

Marcus Vinicius Michelotto não é mais delegado geral do Estado; Riad Braga Farhat deve assumir nos próximos dias

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Publicada 23 de Julho, 2013 às 10:07

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Depois de dois anos e meio frente à Polícia Civil do Paraná, o delegado geral Marcus Vinícius Michelotto, não responde mais pela função. A decisão foi anunciada através do site da polícia, no fim da noite de ontem (22), em uma nota que diz apenas que ?Michelotto sai e Riad Braga Farhat assume o posto?.

De acordo com outra nota publicada esta manhã no mesmo site, Michelotto diz que ?é um momento de oxigenação, novos rumos e novos desafios?.

Apesar disso, nenhuma explicação sobre a troca neste momento foi dada. A Polícia Civil do Estado vem passando por vários escândalos, entre eles o Caso Tayná, que pode ter sido a gota d´água para o chefe da polícia paranaense. A adolescente foi assassinada em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, e as investigações sobre o crime acabaram revelando outros problemas, e não quem matou a jovem. Os policiais foram acusados de torturar quatro suspeitos para que eles confessassem o crime. Depois, o vazamento de um laudo do Instituto de Criminalística comprovou que ?o DNA encontrado na vítima não era de nenhum dos suspeitos?, que foram liberados pela Justiça e inseridos no programa de proteção a testemunha.

Antes disso, ao longo dos últimos dois anos e meio, foram pelo menos mais dois ou três grandes problemas, como uma casa de jogatina e prostituição que foi estourada por policiais civis em Curitiba e que acabou gerando desconforto entre os próprios policiais, que foram chamados de ?milicianos? por Michelotto, que afirmou que ?não havia dado ordem para ninguém invadir a casa?. Outro caso que ficou marcado foi o da Operação Vortex, que investiga o envolvimento de policias numa rede de extorsão em Curitiba. O então delegado geral chegou a ser grampeado pelo Gaeco e teve pedido de busca e apreensão para sua casa por duas vezes negado pela Justiça.

Riad Braga Farhat era titular da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), unidade especializada no combate ao tráfico de drogas. Antes desta função, foi delegado do Grupo Tigre, equipe de elite da Polícia Civil criada em 1990 e que se tornou referência no País em razão do sucesso na resolução de casos de sequestro.

A posse do novo delegado geral deverá acontecer nos próximos dias. Mudanças em outros setores da polícia não estão descartadas. 

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