Brasiguaios são despejados de terras em Marangatu

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Publicada 07 de Junho, 2013 às 11:56

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O Conselho de Desenvolvimento dos Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu enviará, nesta semana, um documento aos consulados brasileiro e paraguaio, por meio do qual pretende manifestar sua preocupação com a situação das famílias brasiguaias que foram despejadas ontem (06) de uma área de terra em Marangatu (PY).

A decisão ocorreu durante assembleia geral ordinária realizada na sede da entidade, em Santa Helena. Conforme as lideranças do Conselho, existe uma preocupação tanto do ponto de vista social, como fundiário. A ordem de despejo foi cumprida na manhã de ontem em uma área de aproximadamente 500 hectares, onde residem em torno de 20 famílias, que tiveram que sair de suas casas.

Segundo informou à reportagem de O Presente o diretor da Rádio Comunidade, Rodolfo Rodrigo Vanelli (Lolô), muitas famílias já sabiam antecipadamente da ordem de despejo e tomaram a iniciativa de deixar as residências sem que houvesse necessidade de uso de força policial.

Conforme o locutor, muitas famílias moram e mantêm atividades produtivas na área há cerca de 30 anos, motivo pelo qual buscam na Justiça o direito de se tornarem proprietárias das terras por usucapião. Ele explica que as famílias brasileiras haviam comprado o direito às terras, porém no registro documental a área pertence a um banco.

Pela ordem apresentada pelo oficial de Justiça, conta Vanelli, os moradores deveriam manter distância de 300 metros da área. "As famílias tiraram o que puderam de seus pertences, de forma pacífica, até mesmo porque depois do cumprimento da ordem não poderiam mais retirar nada das casas. Além disso, elas têm intenção de negociar o retorno às terras", relata. 

Mudança

Para a retirada das famílias, ontem, foram destinados em torno de 300 policiais, 20 caminhonetes da Polícia Nacional, um ônibus, duas destocadoras e uma pá-carregadeira. A mudança foi carregada pelas próprias autoridades com destino aos locais indicados pelas famílias brasiguaias.

As famílias são moradoras da área desde 1983 e pagaram pelas terras ao governo, por intermédio do Instituto Nacional de Desarrollo Rural y de la Tierra (Indert), na época. Os produtores já recorreram ao Consulado Brasileiro, porém, não obtiveram êxito na defesa de sua permanência nas terras.

Fonte: O Presente || Fotos: Marcio Spier/Correio do Lago

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