Matelândia: Pai denuncia negligência médica após falecimento de filha

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Publicada 25 de Janeiro, 2013 às 00:02

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Uma menina de 2 anos faleceu na madrugada desta quinta-feira (24), após atendimento médico no Hospital Padre Tezza, em Matelândia. Segundo informações do Hospital, a criança teria falecido de causas desconhecidas "em vias", ou seja, antes de chegar ao hospital.

O pai da criança discorda do atestado de óbito, segundo ele, a criança teria chegado ao hospital com os batimentos cardíacos fracos, mas ainda com vida.

Segundo o pai, ao ouvir a criança tossindo na noite de ontem, foi ver a menina em sua cama e percebeu que ela estava com dificuldades respiratórias, ele imediatamente pegou a criança no colo e saiu correndo em direção ao Hospital Nossa Senhora de Caravaggio, sendo alcançado pelo seu vizinho que estava de carro. Ao perceber que o hospital que estava de plantão era o Hospital Padre Tezza, pediu ajuda aos enfermeiros do SAMU, que prestaram socorro e levaram-os até o hospital de plantão. "Mas ela chegou viva lá e o médico de plantão não tentou reanimar a minha filha", contou Geferson Oliveira dos Santos, pai da menina Gisele Eduarda Bueno dos Santos, de 2 anos.

Após isto, o médico teria se recusado a preencher o atestado de óbito da criança, pedindo que o corpo fosse enviado para o IML de Cascavel para que emitissem lá o atestado. "Ao chegar no IML, o médico legista disse que não poderia emitir o atestado de óbito porque não se tratava de morte violenta", disse Geferson. "Ele disse ainda que o médico sabia que não era pra ter mandado pro IML, todos os médicos sabem que o IML só atende quando é morte violenta", disparou.

Ainda no hospital, os pais perceberam que na cavidade bucal da menina havia um verme (lombriga), e acreditam que o caso da morte pode ter sido asfixia. Segundo eles, a menina estava sendo tratada da verminose há alguns dias, neste período ela teria sido levada duas vezes para consulta médica no Posto de Saúde e estava tomando o medicamento receitado pela pediatra.

O pai da menina registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia Civil de Matelândia, alegando que o médico plantonista não prestou o devido atendimento de urgência e recusou-se a assinar o atestado de óbito.

O Hospital Nossa Senhora de Caravaggio, procurado pela nossa reportagem, reforçou que os hospitais de Matelândia trabalham em sistema de rodízio de plantão e não tinha, portanto, condições de atender na noite de ontem, uma vez que o hospital de plantão era o Padre Tezza.

No Hospital Padre Tezza, os funcionários plantonistas do período noturno já haviam saído do turno, portanto o hospital não pôde se pronunciar sobre o assunto.

A Polícia Civil de Matelândia vai investigar o caso.

Atualizado às 17h40

Segundo contato da Comissão do Hospital Padre Tezza por telefone, uma das Irmãs estava com o médico no momento do ocorrido e teria visto a criança já em óbito. Em nota, diz não ter palavras para expressar a dor que a família está sentindo neste momento de perda, mas que não se trata de um caso de negligência médica ou hospitalar, uma vez que nada puderam fazer para salvar a vida da criança, pois a mesma já chegou morta no hospital.

Redação e fotos: Alexandre Carnetti/Matelandia.Net

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