Anvisa proíbe glitter e pós decorativos em alimentos

Anvisa proíbe o uso de certos tipos de glitter em alimentos e reforça orientações para evitar confusão entre produtos comestíveis e decorativos .

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Publicada 27 de Outubro, 2025 às 10:32

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforçou um alerta importante para quem trabalha com confeitaria ou ama doces decorados. Pós e glitters que contenham "PP micronizado" (polipropileno) não podem, em hipótese alguma, ser usados em alimentos. Esses produtos são permitidos somente em decorações não comestíveis, como cenários e enfeites de festas, mas não em bolos, doces, bebidas ou sobremesas.

A origem da polêmica

O tema ganhou destaque nas redes sociais após o criador de conteúdo Dario Centurione publicar vídeos mostrando produtos vendidos como "glitter comestível". Na verdade, eles continham inteiramente de material plástico. O caso chamou a atenção da Anvisa, que reforçou que qualquer produto destinado à coloração ou brilho de alimentos deve realizar-se com aditivos e ingredientes previamente aprovados pela Agência, sempre com base em estudos de segurança.

"Nenhum pó decorativo que contenha o chamado 'PP micronizado' pode estar em produtos de confeitaria ou para decoração de alimentos", destacou o órgão em nota oficial.

O risco dos microplásticos

Especialistas em saúde e nutrição alertam que o uso de glitter plástico em alimentos representa um risco real. Quando ingerido, o polipropileno pode irritar o trato digestivo e contribuir para o acúmulo de microplásticos no organismo, fenômeno já investigado por cientistas em diversos países.

Segundo a Sociedade Brasileira de Nutrição, a exposição prolongada a microplásticos está associada a processos inflamatórios e alterações hormonais. Como o corpo humano não metaboliza essas partículas, parte delas pode sair nas fezes. Mas outra fração tende a se acumular em tecidos e órgãos, o que preocupa a comunidade médica.

Em bebidas e sobremesas líquidas, o perigo é ainda maior, já que o glitter se mistura facilmente ao conteúdo e ingere-se sem perceber. Por isso, nutricionistas recomendam atenção especial a produtos caseiros ou vendidos em feiras e eventos sem procedência clara.

Como evitar confusões

Para não errar na hora de escolher produtos de confeitaria, a Anvisa orienta observar detalhadamente o rótulo:

  • Lista de ingredientes: todos os aditivos devem estar autorizados para uso em alimentos;
  • Denominação de venda: procure termos como "Corante para fins alimentícios" ou "Açúcar para confeitar";
  • Lote e validade: dados obrigatórios em todo alimento;
  • Declaração de glúten: presença ou ausência;
  • Advertências de alergênicos: quando aplicável.

A recomendação é clara: plástico não se come. Mesmo em pequenas quantidades, não há qualquer segurança comprovada para o consumo de substâncias plásticas micronizadas.

Reforço na fiscalização

Para conter o risco de produtos irregulares, a Anvisa acionou a Rede de Alerta e Comunicação de Risco de Alimentos (Reali). O sistema reúne órgãos de vigilância de todo o país e laboratórios públicos. O objetivo é monitorar possíveis casos de contaminação ou irregularidades em produtos alimentícios e agir rapidamente para proteger os consumidores.

Fonte: Terra

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