Depois de pouco mais de três anos, trilhões de dólares em perdas e 20 milhões de mortos, a emergência internacional causada pela covid-19 chega ao fim, uma data que entra para a história recente da ciência e do mundo.
Nesta sexta-feira, a OMS (Organização Mundial da Saúde) anunciou que seus especialistas chegaram à conclusão de que o vírus não representa mais uma ameaça sanitária internacional e que, portanto, a crise é oficialmente declarada como encerrada. Central para o fim da fase mais aguda foi a expansão da vacina.
Pelas regras da agência, não existe uma declaração oficial do final da pandemia. Assim como a Aids, portanto, a covid-19 continuará a ter o status de pandemia. O regulamento sanitário criado pelos governos há quase 20 anos apenas permite que os cientistas anunciem o início de uma emergência global ou seu ponto final. Não há uma definição de pandemia e o termo está em negociação para o estabelecimento de um acordo que permitirá modificar a resposta global a novos surtos.
Não é o fim da covid
A OMS dava mostras que mudaria o status da covid-19 há algum tempo.
Na quarta-feira (3/5), a entidade publicou um outro relatório em que discutia a necessidade de transição de uma resposta de emergência para um cuidado de longo prazo da doença.
O texto alerta que, embora os registros de casos e mortes estejam no nível mais baixo desde o início da pandemia, milhões de pessoas ainda se infectam e morrem todas as semanas por causa do coronavírus.
E, mesmo no anúncio sobre o fim da emergência global de covid-19, Ghebreyesus deixou claro que a doença continuará a ser um problema de saúde pública.
"Esse vírus chegou para ficar. Ele ainda está matando e continua a sofrer mutações. O risco segue, pois novas variantes podem surgir e causar novas ondas de casos e mortes", alertou o diretor-geral.
"A pior coisa que qualquer país pode fazer agora é usar essa notícia como uma razão para baixar a guarda, desmantelar os sistemas que foram construídos ou falar às pessoas que a covid-19 não gera mais preocupações", continuou.
"O que nosso anúncio significa é que as nações devem fazer uma transição do 'modo emergência' para lidar com a covid-19 junto com as demais doenças infecciosas."
Por fim, Ghebreyesus declarou que esse é um "momento de celebração, pois chegamos aqui graças às habilidades e à dedicação dos profissionais de saúde, da inovação dos pesquisadores de vacinas, das duras decisões tomadas por governos e pelos sacrifícios que todos fizemos como indivíduos, famílias e comunidades".
"Mas, por outro lado, esse é um momento de reflexão. A covid-19 deixou, e continua a deixar cicatrizes profundas no nosso mundo", disse ele.
"E essas cicatrizes precisam servir como um lembrete permanente do potencial de novos vírus surgirem, com consequências devastadoras", concluiu o diretor-geral da OMS.
Fonte: UOL /BBC
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