Detentos denunciam estupro de policial contra mulher presa dentro de delegacia

Investigador da Polícia Civil virou réu na Justiça após denúncia do Ministério Público.

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Publicada 06 de Maio, 2022 às 11:48

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Um investigador da Polícia Civil do Mato Grosso do Sul, identificado como Elbesom de Oliveira, de 41 anos, virou réu na Justiça após ser acusado pelo Ministério Público de estuprar e ameaçar uma detenta, de 28, dentro de uma cela da delegacia de Sidrolândia, no interior do estado.

Segundo o Tribunal de Justiça (TJMS), o homem foi denunciado pelos crimes de estupro, importunação sexual e violência psicológica contra a vítima, que foi retirada da cela por ele.

De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar (PM), os detentos relataram ter sido subornados por Elbesom, que teria oferecido um celular a eles como troca para que não revelassem o estupro. Contudo, os homens solicitaram a presença de uma delegada de Sidrolândia para relatar o ocorrido. 

Ainda conforme os militares, os detentos também disseram que questionaram o investigador sobre a agressão. O réu teria negado o estupro e dito que a mulher estava menstruada e que, por este motivo, foi retirada da cela. A saída da vítima foi confirmada por imagens de câmeras de segurança.

Depois de ser agredida, a detenta relatou à delegada que foi forçada a ficar de joelhos e a fazer sexo oral no investigador, e informou ter sido vítima de abuso sexual na Sala Lilás da delegacia uma semana antes do crime, sendo obrigada, na sequência, a tomar banho após o estupro. O local não pode ser acessado por detentos sem a presença de funcionários.

Sobre a denúncia 

Na denúncia feita pelo Ministério Público do Mato Grosso do Sul, o investigador causou dano emocional à mulher, além de "constrangimento, humilhação e ameaça, gerando prejuízo à saúde psicológica e autodeterminação". O documento também enfatiza que não teria sido a primeira vez que Elbesom é suspeito de violência sexual contra a vítima. 

Alvará de soltura 

Para "resguardar a integridade física e psicológica" da mulher, a detenta recebeu alvará de soltura depois que a sua prisão preventiva foi revogada. O juiz alegou, na decisão, que, por ter sido estuprada, ela se tornou vítima, e uma permanência na delegacia seria ilegal.

Fonte: Itatiaia

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