O democrata Joe Biden chegou aos 270 delegados, número necessário para ser eleito o 46º presidente dos Estados Unidos. Com a apuração ainda em andamento, no momento da confirmação, o republicano Donald Trump tinha 214 delegados, sem chances de alcançar seu adversário.
O resultado foi dado pelos veículos de imprensa dos EUA por volta das 13h25 (horário de Brasília) deste sábado (7). Confirmada a eleição, Trump se torna o primeiro presidente a não conseguir se reeleger desde George H.W. Bush, em 1992.
A vitória, porém, ainda não é totalmente oficial. Nos EUA não existe um órgão nacional para declarar os números da apuração - como o TSE no Brasil - e, com isso, o processo é monitorado e divulgado pela imprensa.
Utilizando modelos matemáticos - que consideram a quantidade de votos já apurada, a geopolítica local, entre outros fatores -, estes veículos confirmam a vitória em cada estado para determinado candidato. Com isso, tradicionalmente, o país considera um candidato vencedor quando ocorre o anúncio da imprensa e não necessariamente quando a contagem está totalmente concluída.
Havia uma dúvida sobre o estado do Arizona, que era dado para Biden por alguns veículos, como Associated Press (AP) e Fox News, enquanto outros, caso da CNN e The New York Times, preferiram esperar mais. Isso gerava uma questão caso a decisão ocorresse via Geórgia ou Nevada, já que alguns veículos confirmariam a vitória democrata, mas outros não.
Porém, com a confirmação da Pensilvânia, que dá 20 delegados, Joe Biden atinge os 270 delegados necessários sem precisar da confirmação do Arizona. No momento da vitória dele, AP e Fox marcavam 284 delegados para Biden e 214 para Trump, enquanto CNN e NYT apontavam 273 a 213.
Biden saiu atrás nas primeiras horas de apuração e viu a sua situação se complicar conforme seu adversário era tido como vencedor em estados importantes, como Flórida, Texas, Ohio.
Em determinado momento, durante a madrugada de quarta, Trump liderava os números na Pensilvânia, Wisconsin, Michigan, Geórgia e Carolina do Norte, estados que se tornaram os decisivos para determinar o vencedor.
Porém, logo após alguns veículos darem para Biden a vitória no Arizona (como explicado acima), ele também assumiu a frente em Wisconsin e Michigan, sendo confirmada sua conquista em seguida nestes dois estados.
Diante disso, a quinta amanheceu com os olhos de todos voltados para Nevada, Geórgia e Pensilvânia. No momento em que um destes estados dessem a vitória para Biden, ele atingiria o número necessário para ser eleito presidente. Esta situação se estendeu por toda a sexta também.
No início da tarde deste sábado, porém, a Pensilvânia fez uma grande atualização de números, levando todos os veículos do país a confirmarem o estado para o democrata, o que, por sua vez, fez ele atingir os 270 delegados necessários para ser declarado eleito.
Apesar do resultado já ser reconhecido pela sociedade americana, ainda existe uma outra questão nesta eleição: as contestações feitas por Donald Trump na Justiça.
Desde antes da eleição, o republicano alegava que o voto por correio abria margem para fraude no pleito e durante toda a apuração ele tem reforçado este discurso.
Ainda na quarta, Trump começou a entrar com processos em diversos estados, alguns pedindo a paralisação da apuração e em outros a recontagem de votos. Segundo ele, a eleição está sendo fraudada, apesar de ele não ter apresentado nenhuma prova disso.
Neste cenário, o resultado oficial pode demorar um pouco para ser divulgado. Nos EUA, o dia 8 de dezembro é considerada data em que o Colégio Eleitoral confirma os votos, declarando oficial seu resultado. A questão agora fica se os estados conseguirão recontar seus votos antes disso.
O número de delegados definidos no final dessa primeira contagem será muito importante. Com Biden liderando em Nevada e Geórgia no momento da confirmação de sua vitória, ele ainda pode atingir 306 delegados, o que dificulta bastante que recontagens consigam reverter o resultado como um todo, mesmo que Trump reverta a situação em um estado.
Formado em Direito, Joe Biden tem uma longa carreira política, com sete vitórias seguidas em eleições para o Senado. Sua história, porém, começou "sem querer" após conseguir um emprego em um escritório de um político democrata, que o incentivou a se filiar ao partido.
Fonte: InfoMoney
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