Professores e funcionários da Educação em greve por tempo indeterminado no Paraná

Os colégios da Rede Estadual de Ensino de todo o Paraná amanheceram de portas fechadas nesta manhã (23). Cumprindo a promessa, os professores e servidores da educação estadual deflagraram greve por tempo indeterminado. De acordo com informações da APP Sindicato, órgão que representa a categoria, a greve atingirá 2.149 escolas. Ao todo, são 72 mil professores e 23 mil servidores que devem aderir a paralisação.

Em Medianeira, a previsão da APP Sindicato, núcleo de Foz do Iguaçu, é que todos professores e servidores tenham aderido à greve. "Estamos fazendo este levantamento, mas até onde havia sido relatado, até ontem, todos aderiram", informou o Sindicato.

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Em Foz, no período da manhã, os trabalhadores estaduais da educação realizaram uma passeata e se concentram na Praça do Mitre. "Vamos acampar e os concentrar na Praça".

Conforme os sindicatos da categoria foram diversas tentativas de negociação com o governo do Estado, porém, todas elas infrutíferas. Cansados de 'promessas vazias', os trabalhadores decidiram em assembleia geral parar os trabalhos até que uma resposta real e satisfatória seja apresentada. Para os grevistas, no entanto, será preciso mais do que promessas, já que muitas foram feitas, porém não foram cumpridas.

Ainda de acordo com os representantes dos servidores da educação, "a greve foi a alternativa encontrada pela categoria para chamar a atenção do governo, uma vez que o Estado não vem demonstrando interesse em negociar".

Acampamento

Em praticamente todas as cidades sede de Núcleos e APPs, os grevistas estarão acampados em locais públicos. Em Curitiba, a manifestação e o acampamento acontecem em frente ao Palácio Iguaçu, sede do governo.  A APP organiza uma programação política e cultural durante os dias de acampamento em Curitiba, aberta a toda comunidade, como o lançamento do vídeo com depoimentos de professores sobre suas experiências com o adoecimento e sofrimento mental no trabalho.

Reivindicações

Os professores e funcionários lutam por: 33% de hora-atividade; piso nacional e reajuste do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN); reajuste nos salários dos funcionários; pagamento de avanços em atraso; realização de concursos públicos; novo modelo de atendimento à saúde; cargo de 40 horas que inclua a educação profissional e especial; alteração dos contratos PSS; enquadramento dos aposentados; adequação do porte das escolas; hora-aula e hora-atividade para a educação especial; infraestrutura adequada nas escolas; fim do desmonte pedagógico e fim do desconto do Auxílio Transporte durante licença médica.

Outro Lado

Enquanto os professores e trabalhadores se mobilizam, a Seed (Secretaria de Estado da Educação), afirma que a greve é infundada, uma vez que, segundo a secretaria "o governo já aumentou em 50% a hora-atividade e também deu reajuste de 50,16% na remuneração dos professores, além de pagar promoções e realizar concurso para contratar 31 mil novos servidores da Educação. Além disso, afirma que mantém diálogo permanente com os profissionais do magistério e está honrando a pauta de reivindicações apresentada pelo Sindicado dos Professores do Paraná desde o início da atual gestão".

Sobre o pagamento das progressões/promoções o governo garante que 22 mil profissionais da educação - professores e funcionários - com direito ao benefício começaram a receber as progressões e promoções neste mês de março. A primeira parcela dos avanços devidos será paga em maio e o compromisso será totalmente quitado até o fim deste ano.

Outra reivindicação é a realização de concurso público que, segundo a Secretaria Estadual de Educação, está em fase final um concurso público para a contratação de 13,7 mil novos professores e pedagogos e ainda destaca que nos últimos três anos contratou 17.261 novos professores e funcionários aprovados em concurso público e outros 4,2 mil servidores administrativos e de apoio, que aguardavam nomeação desde 2007.

Redação: Guia Medianeira com AEN