EUA aprovam 1º remédio novo para Alzheimer em quase 20 anos apesar de dúvidas sobre seus benefícios

Painel de especialistas independentes considerou, em novembro, que as evidências do benefício do Aduhelm eram insuficientes

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Publicada 08 de Junho, 2021 às 10:48

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A FDA, a agência reguladora de medicamentos e alimentos dos Estados Unidos, aprovou nesta segunda-feira (07/06) um novo remédio, desenvolvido pela empresa de neurociência Biogen, para o tratamento do Alzheimer.

A concessão autorizada pela FDA foi realizada de forma acelerada, o que exigirá da Biogen mais pesquisas sobre os benefícios da nova droga para que ela possa se manter em comercialização.

Segundo o relatório da agência regulatória norte-americana, o medicamento liberado permite a redução da proteína prejudicial amiloide, que obstrui o cérebro de pacientes com Alzheimer.

Os pesquisadores se dividem a respeito dos resultados do novo tratamento. Alguns alegam que o papel da amiloide precisaria ser checado. Em uma primeira análise feita pela Biogen, contatou-se que a droga era ineficiente. No entanto, após um segundo estudo, com dosagens elevadas da droga, pode-se frear a progressão da doença em 22% dos casos em um intervalo de 18 meses.

Todavia, os cientistas céticos afirmaram que o resultado satisfatório poderiam ser fruto do acaso e reivindicaram uma terceira pesquisa conclusiva.

O novo remédio, que terá o nome Aduhelm, será produzido por meio da parceria da Biogen com a empresa japonesa Eisai. Segundo reportagem da Bloomberg, o custo anual para o tratamento com a nova droga será de US$ 56 mil.

Desde 2003 a FDA não aprovava um novo medicamento para o tratamento do Alzheimer. Os remédios aprovados anteriormente pela agência dos EUA não tinham a capacidade de frear a progressão da doença, mas apenas reduzir os seus sintomas.

"Este momento histórico é a culminação de mais de uma década de pesquisas no complexo campo da doença de Alzheimer", disse o CEO da Biogen, Michel Vounatsos, em uma afirmação por e-mail.

Apesar das dúvidas em relação à eficácia do medicamento no meio científico, o diretor do escritório de novas drogas da FDA, Peter Stein, afirmou que os pacientes estão dispostos a ingerir o medicamento mesmo com as incertezas médicas. "Ouvimos muito claramente dos pacientes que eles estão dispostos a aceitar algumas incertezas para ter acesso a um medicamento que pode fornecer um benefício significativo na prevenção da progressão desta doença que, como todos sabemos, pode ter consequências devastadoras", afirmou Stein em uma coletiva.

De acordo com a Bloomberg, após a aprovação do novo remédio, as ações da Biogen chegaram a valorizar 64%. As ações da Eisai comercializadas nos EUA também tiveram um salto de 64% e estavam sendo liquidadas a US$ 122,20.

Foto:Biogen

Fonte: Epóca Negócios

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