Oeste é porta de entrada de defensivos contrabandeados

Ano passado foram apreendidas nove toneladas no Estado, a maioria no Lago de Itaipu

718

Publicada 23 de Março, 2012 às 10:23

Compartilhar:
>> publicidade : ver novamente <<
Foz - Números divulgados pelo Sindag (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola) confirmam uma dura realidade em relação à presença de agrotóxicos ilegais no Brasil. A porta de entrada é a região Oeste do Paraná, via Ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu e lago de Itaipu, canal fluvial que margeia ao menos 15 municípios da Costa Oeste.Conforme números divulgados pelo levantamento feito pelo Sindag no ano passado, em todo o Paraná foram apreendidas perto de nove toneladas de defensivos agrícolas falsificados e contrabandeados. Vale dizer que mais da metade desse montante é fruto de apreensões feitas no Oeste. Mesmo sendo expressivo, o volume é 2,5 toneladas abaixo do registrado em 2010.A Polícia Federal tem feito seguidas apreensões de agrotóxicos contrabandeados do Paraguai. Os flagrantes ocorrem principalmente em embarcações e no período noturno. Operações são deflagradas, porém insuficientes para coibir totalmente o transporte ilegal desses produtos para o Brasil. No ano passado, as autoridades de segurança apreenderam um total de 8,6 toneladas de defensivos agrícolas falsificados ou contrabandeados.O volume de apreensões feitas no Paraná coloca o Estado na quarta colocação no ranking nacional de apreensões de produtos agrícolas de procedência duvidosa. De acordo com o gerente da campanha de produtos ilegais do Sindag, Fernando Henrique Marini, a queda no volume de apreensões no Paraná é resultado do rigor nas fiscalizações e nas ações de conscientização direcionadas a agricultores, uma vez que boa parte desse material atende a ?encomendas? de alguns agricultores.A Operação Sentinela, composta pelas Forças Armadas, Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis), Ministério da Agricultura e demais entidades, tem fechado o cerco ao contrabando de agrotóxicos.Somente no início deste ano três grandes apreensões já ocorreram no lago de Itaipu e também nos municípios de Cascavel, Santa Terezinha e Terra Roxa. Os produtos não são originários apenas do Paraguai. Há também produtos com selo argentino. Conforme as autoridades, a preocupação é com a saúde pública, uma vez que esses produtos aplicados em lavouras não atendem as normas ambientais vigentes e apresentam um teor de agrotóxicos acima do preconizado pelo governo federal.RANKING DAS APREENSÕES     1º São Paulo (12,5 ton)    2º Mato Grosso do Sul (9,9 ton)    Mato Grosso (8,7 ton)    Paraná (8,6 ton)    Rio Grande do Sul (6,8 ton)    Goiás (5,3 ton)Apreensões no Brasil subiram 73% Se no Paraná o volume sofreu uma sensível redução, o mesmo não pode ser aplicado quando o levantamento envolve todo o Brasil. No ano passado foram apreendidas 55 toneladas de defensivos ilegais, ou seja, 73% a mais do que o registrado em 2010. Do total das apreensões realizadas no Brasil, 40% correspondem a produtos falsificados e os outros 60% a itens contrabandeados.O mercado formal sofre uma concorrência desleal com os defensivos contrabandeados. Outro problema, conforme proprietários de revendas de fertilizantes e insumos da região Oeste que preferem não se identificar, é a insegurança no campo na hora de aplicar o produto. A qualquer sinal de irregularidade, o agricultor não tem a quem recorrer para reivindicar seus direitos. Se flagrado, o produtor responderá pelos crimes de receptação e danos à saúde pública. O baixo preço pago pelo produto acaba não compensando o dissabor gerado pela ilegalidade. Campanha nacional foi criada para coibir essa prática. O disque-denúncia é o 0800-9407030.Redação: O Paraná

** Quer participar dos nossos grupos de WhatsApp/Telegram ou falar conosco? CLIQUE AQUI.

VEJA MAIS NOTÍCIAS | Medianeira