AMESFI: Primeiro parto com presença de intérprete de libras acontece em Medianeira

O parto aconteceu no Hospital e Maternidade Nossa Senhora da Luz e emocionou equipe responsável. Na foto a intérprete traduzindo o momento mais especial, o choro da pequena Larissa.

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Publicada 11 de Setembro, 2019 às 16:19

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Um parto realizado em Medianeira, na última terça-feira (10), se tornou um exemplo de inclusão. O casal que é surdo, Jussara Catarina Carneiro e José Ronaldo Esposito Vieira, contaram com a ajuda de uma intérprete de Libras durante todo o procedimento e desta forma puderam se comunicar com a equipe médica.

Esse foi o primeiro parto com a inclusão deste tipo de comunicação, e aconteceu no Hospital e Maternidade Nossa Senhora da Luz.

A expectativa era grande para a chegada da recém-nascida, que recebeu o nome de Larissa Carneiro Esposito Vieira, e chegou ao mundo com 3,575kg.

Os pais de Larissa são alunos da Escola Amesfi, e estão residindo em Medianeira há pouco tempo, os dois vieram para cá pois souberam através de outros surdos que em nosso município há mais disponibilidade de vagas para o mercado de trabalho.

A Amesfi atua em todos os sentidos em que existam necessidades dos surdos para se comunicar com a sociedade, exemplo disto é a presença de um intérprete durante as consultas, incluindo o parto.

No caso do casal, que não tem familiares nas proximidades, a instituição fez todo o acompanhamento, assim como todos os alunos que precisam de apoio são amparados de diversas formas pela entidade.

O médico responsável foi o Doutor Casagrande, que solicitou desde o inicio dos atendimentos a presença da intérprete para o acompanhamento completo da gestante.

A intérprete responsável foi a Professora Leila Gasparini Zin, que atua na Amesfi há muitos anos na educação de surdos: "Tinha essa vontade a muitos anos, de participar de algo tão grandioso, foi um grande desafio por ser um momento delicado e muito emocionante. Ainda existem muitas barreiras para os surdos, o médico afirmou o tempo todo que queria a comunicação com a mãe. Foi o momento mais emocionante de toda a minha carreira. Sou mãe, e sei o quanto é importante entender o que está acontecendo. Poder falar para ela que seu bebê estava nascendo, que estava chorando, foi o ápice da minha profissão. Nunca imaginei viver algo tão maravilhoso. Todos choraram muito, foi lindo, e só temos a agradecer toda a atenção que nos foi dada".

Jussara é funcionário de uma indústria de suínos (Frimesa), que se colocou prontamente a disposição, fazendo com que o plano de saúde que a atendia pudesse obter as liberações necessárias. A Unimed teve papel fundamental no processo de solicitação da presença da intérprete. Além disso, todo o empenho e atenção da equipe do Hospital e Maternidade Nossa Senhora da Luz.

Para finalizar, Leila complementa falando sobre o quanto a inclusão é importante: "É possível melhorar a vida dos surdos, e mais uma vez a AMESFI desempenhou o seu papel enquanto entidade na defesa dos direitos dos surdos, que precisam tanto de apoio e representatividade. A função do interprete é essa, fazer com que todas as informações cheguem até eles. Que as diferenças da comunicação entre surdos e ouvintes não devem ser barreiras, mas sim celebrações para transmitir emoções".

Redação Guia Medianeira com informações Amesfi

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