Seis suspeitos foram presos preventivamente em uma operação deflagrada na manhã desta quarta-feira (26) pela Divisão de Combate à Corrupção (DCCO) da Polícia Civil.
A ação apura supostas fraudes em licitações do transporte público escolar de São Miguel do Iguaçu, no oeste do Paraná.
Além das ordens de prisão preventiva - por tempo indeterminado -, dez mandados de busca e preensão foram cumpridos na Procuradoria-Geral de Foz do Iguaçu, na Prefeitura e na Câmara Municipal de São Miguel do Iguaçu, em residências e em empresas dos investigados.
Entre os presos estão o empresário Rui Omar Novicki Júnior, apontado como o líder do esquema. Na casa dele, a polícia apreendeu documentos e um carro de luxo.
O advogado de Rui, Valdecy Longonni, disse que só deve falar sobre o caso depois de se informar sobre as acusações.
Foram presos ainda empresários do transporte público escolar e "laranjas" usados no esquema criminoso, de acordo com a Polícia Civil.
Uma mulher paraguaia foi presa em flagrante suspeita de uso de documentos falsos.
O vereador Silvio Marcos Murbak (SDD) de São Miguel do Iguaçu, foi levado para a delegacia e liberado depois de ser ouvido. Policiais fizeram buscas na casa e no gabinete dele, onde foram apreendidos documentos e um computador.
Até a última atualização desta matéria, o nome dos outros presos preventivamente não havia sido informado pela polícia.
'Rota Oculta'
A operação foi batizada de "Rota Oculta" e tem o apoio da Polícia Militar (PM) e da Polícia Científica.
O inqúerito foi instaurado no dia 2 de agosto. Desde então, a polícia constatou indícios de irregularidades nos contratos que se referem à quilometragem contratada para o transporte público.
Conforme a investigação, cerca de 40% da quilometragem contratada pela Prefeitura de São Miguel do Iguaçu não era percorrida diariamente pelos veículos. O prejuízo aos cofres públicos, de acordo com a Polícia Civil, foi de aproximadamente R$ 1,4 milhão.
Segundo a Polícia Civil, Rui Omar Novick Júnior já foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) no âmbito da Operação Nipoti - desmembramento da Operação Pecúlio, da Polícia Federal (PF), que apura fraudes em licitações da Prefeitura de Foz do Iguaçu.
Ele é funcionário da Prefeitura de Foz do Iguaçu e, para a polícia, opera de forma oculta duas empresas em São Miguel do Iguaçu que estão nos nomes do irmão e da enteada dele, de 19 anos.
Elas venceram 19 lotes da licitação em São Miguel do Iguaçu que, segundo a Polícia Civil, previa o serviço de transporte público escolar na cidade.
Atualmente Rui trabalha em uma comissão responsável pelo andamento de processos administrativos disciplinares na Procuradoria-Geral do Município.
Segundo o procurador-geral, Osli Machado, ele deverá ser remanejado para outro setor.
Em nota, a Prefeitura de São Miguel do Iguaçu informou que não está sendo investigada e que todos os documentos de licitações, contratos e pagamentos feitos estão disponíveis no Portal da Transparência e no Sistema de Informação Municipal e podem ser consultados por qualquer pessoa. "O Governo Municipal de São Miguel do Iguaçu esclarece que não faz parte da operação deflagrada pela Divisão de Combate à Corrupção (DCCO). Quem está sendo investigado são os empresários da empresa que presta serviço do transporte escolar público", destacou.
Fonte: G1/Polícia Civil
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