Caso Tatiane Spitzner: IML confirma que morte de foi por asfixia mecânica

O marido dela Luis Felipe Manvailer está preso acusado de matar a advogada. Corpo da vítima foi encontrado dentro de apartamento, no Centro de Guarapuava, após queda do 4º andar.

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Publicada 20 de Setembro, 2018 às 17:40

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O laudo do exame de necropsia do Instituto Médico-Legal (IML) confirmou que a morte de Tatiane Spitzner foi por asfixia mecânica, causada por esganadura e com sinais de crueldade. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (20) pelo diretor do IML, Paulino Pastre.

O corpo da advogada foi encontrado em 22 de julho dentro do apartamento onde ela morava com o marido, Luis Felipe Manvailer, em Guarapuava, na região Central do Paraná. Manvailer foi preso no mesmo dia, a mais de 300 km da cidade, em São Miguel do Iguaçu. Ele é réu em um processo por feminicídio e nega as acusações.

O que se sabe do caso de Tatiane Spitzner 
Segundo Pastre, o estudo feito pelos médicos legistas de Guarapuava indicava, desde o início, que se tratava de uma morte violenta, utilizando-se de constrição do pescoço, o que é chamado de esganadura.

"Todo o procedimento pericial realizado confirmou unanimemente, tanto os exames complementares realizados em Curitiba como o exame necroscópico lá em Guarapuava, que a Tatiane morreu e posteriormente caiu do prédio", disse o diretor do IML.

Pastre informou que o corpo apresentava evidências de que houve luta entre as partes antes da morte.

"Ela apresentava no seu corpo - e estão descritas no laudo - muitas marcas de luta", pontuou.
Ainda conforme o diretor, o exame toxicológico indicou elevado grau de alcoolemia no corpo de Tatiane.

"O que sugere que ela estava bastante fragilizada até para se defender no momento", afirmou.
O laudo foi concluído quase dois meses depois da morte. Segundo Pastre, esse período foi necessário porque o exame é complexo - um procedimento químico para descalcificação óssea.

Em nota, a defesa de Luis Felipe Manvailer, informou que iria se manifestar.

A família de Tatiane Spitzner informou, em nota, que a recebe com muita tristeza a confirmação de que a advogada "já estava morta quando foi jogada da sacada por Luis Felipe Manvailer".

Os advogados da família, que atuam como assistentes de acusação no processo, informaram que ainda não tiveram acesso acesso ao laudo, que a conclusão é mais uma prova de que Luis Felipe mente.

"Ele a matou dentro do apartamento, submetendo-a um período prolongado de violentas agressões físicas. Não houve suicídio, mas feminicídio e fuga do criminoso", diz a nota.

Relembre o caso 
A queda de Tatiane foi na madrugada do dia 22 de julho, no Centro de Guarapuava. Conforme a Polícia Civil, depois da queda, Luis Felipe recolheu o corpo de Tatiane e o levou de volta para o apartamento.
Uma testemunha relatou que, logo depois da queda, viu o marido recolhendo o corpo e ouviu ele gritando: "Meu amor, acorda".

O marido foi preso após sofrer um acidente de carro na BR-277, em São Miguel do Iguaçu, a 340 quilômetros de Guarapuava. Ele disse que se acidentou porque a imagem da esposa pulando a sacada não saía da cabeça dele.

O casal estava junto havia cinco anos e era "feliz", de acordo com a defesa do marido. O Ministério Público (MP-PR), porém, diz que Tatiane vivia um relacionamento abusivo.

Familiares e amigos relataram que ela queria pedir o divórcio. Para a polícia, eles disseram que Luis Felipe costumava chamar Tatiane de apelidos pejorativos e que a proibia de contratar uma diarista para ajudar nas tarefas domésticas.

Uma amiga da advogada, Rosenilda Bielack, que conviveu com o casal na Alemanha, contou que a advogada era maltratada constantemente pelo marido, que é faixa roxa no jiu-jítsu. "Tudo era motivo para ele maltratar a Tati, falar coisas pesadas, pejorativas sempre", afirmou.

Conversas por WhatsApp de Tatiane com Rosenilda mostram como estava a relação dela com o marido. Nas mensagens, entre março e junho deste ano, a advogada relatou sentir "medo" e disse que o marido tinha "ódio mortal" por ela.

Uma perícia feita no local da morte constatou que ela teve uma fratura no pescoço, característica de quem sofreu esganadura.

A defesa de Luis Felipe Manvailer pediu por duas vezes a suspensão do processo ao qual ele responde, acusado de matar a mulher.

Os advogados dizem que é impossível apresentar uma resposta à acusação porque, na denúncia, a promotoria não deixa claro quando, onde, e como Tatiane Spitzner morreu.

Fonte: G1

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