A arte de ser um desenhista

Conheça a história de dois desenhistas medianeirenses, suas principais inspirações e alguns desenhos feitos por eles.

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Publicada 16 de Abril, 2018 às 14:06

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Ontem, dia 15 de abril, foi o Dia Mundial do Desenhista. A data tem a intenção de homenagear os profissionais e artistas que encantam e fascinam o mundo todo com traços e muita criatividade.

Com muita sensibilidade, e interpretações únicas, cada desenhista tem a sua perspectiva, o seu modo de trabalhar, as suas técnicas e o seu jeito de despertar a compreensão de arte na sociedade.

Um desenhista pode atuar em diversas áreas, desde ilustrações voltadas para o entretenimento, arte digital, agências de publicidade ou até mesmo desenhar como um hobby, sem pretensões financeiras.

Quando paramos para analisar a importância do desenhista, percebemos que muitas coisas ao nosso redor (quase todas), foram responsabilidade de um desenhistas nos seus mais variados segmentos.

Para comemorar a data de uma maneira ainda mais bonita, entrevistamos dois desenhistas de Medianeira, que contaram um pouco sobre a sua história e o quanto o desenho é importante para suas vidas:

Maria Cláudia Kall Ferreira

- Quando você começou a desenhar?

Desenho desde pequena. Rabiscar o papel sempre foi a melhor forma de me expressar.

- Quais são as suas principais inspirações?

Ilustradores tradicionais e de histórias em quadrinhos, como Chiara Bautista, Gabriel Picolo, Fabio Moon, Gabriel Bá e James O'Barr. Além dos ilustradores que tenho como referência, também sou inspirada pela música, cinema e autores como Bukowski e Edgar Allan Poe.

- O que você sente quando desenha?

Me sinto mais leve desenhando, por poder colocar o que sinto nas ilustrações. Costumo dizer que ilustrar é o meu antidepressivo.

- Ser desenhista é uma profissão para você? Se sim, como é trabalhar com isso?

O que começou como hobby, se tornou uma profissão. Atualmente tenho emprego fixo como designer gráfico, mas trabalho como freelancer de ilustração digital e aquarela. Fazer o que amo ajuda a complementar a renda, então costumo ilustrar nos fins de semana.

- Quais técnicas que você utiliza?

Atualmente utilizo aquarela, lápis de cor e nas ilustrações digitais utilizo Photoshop e Illustrator.

- Fale um pouco sobre a arte, num contexto geral, e o motivo pelo qual você acredita que ela faz a diferença.

A arte salva as pessoas da maldade do mundo. Nela, não existe limites de expressão e sensibilidade. O que importa é passar uma mensagem, não necessariamente agradar os outros.

Contato:

Instagram: @ilustrackf

E-mail: [email protected]

 

Pablo Ferreira Lima

- Quando você começou a desenhar?

Desenho desde os 4 ou 5 anos segundo meus pais, gostava muito de desenhos animados na TV e queria colocar esses personagens em minhas próprias histórias, comecei copiando desenhos com papel carbono, e aos poucos o carbono foi ficando de lado.

- Quais são as suas principais inspirações?

Minhas inspirações sempre mudam, pois vou descobrindo artistas novos ou estilos diferentes, atualmente acompanho os trabalhos da Leticia Gillett, Tiago Hoisel, Baptistão, André Rocca, Natalia Freitas, Loish, Dice Tsutsumi, Daniel Wu entre outros. Filmes, séries e o próprio cotidiano também ajudam na hora de criar.

- O que você sente quando desenha?

Desenhar é algo relaxante e ao mesmo tempo empolgante para mim, me ajuda a passar minha imaginação para o mundo real, é algo que faço todos os dias, nem que seja uma ilustração pequena enquanto falo ao telefone.

- Ser desenhista é uma profissão para você? Se sim, como é trabalhar com isso?

Com certeza sim, o desenho me abriu muitas portas, me apresentou muitas pessoas e me possibilitou muitas conquistas pessoais.

Para trabalhar com ilustração é importante se profissionalizar, para ter a capacidade de entregar o que o mercado procura. A divulgação é tão importante quanto, pois é assim que seus clientes em potencial vão conhecer e solicitar trabalhos. Alcançado isso é preciso se manter nesse mercado concorrido, por isso é necessário fazer um bom atendimento e relacionamento para entender exatamente o que o cliente precisa e por final a pontualidade e responsabilidade com quem te contratou, o dinheiro será consequência. É necessário também investir em algum curso de vendas, ou ler livro sobre esse assunto, isso ajuda a encarar a arte como um negócio.

- Quais as técnicas que você utiliza?

Gosto de desenhar a mão livre com grafite ou lápis de cor, mas escolho conforme o formato e estilo que o cliente imagina aplicar, na grande maioria preferem em formato digital, ou seja, feito no computador, essa opção traz mais possibilidades de aplicações, permitindo a utilização da arte em tamanhos e formatos diferentes, como por exemplo em mídias sociais, estampas, outdoors, etc. Atualmente estou em um projeto de animação ainda em desenvolvimento e aprendendo técnicas de modelagem 3d para ter um leque maior de portfólio para o mercado.

- Fale um pouco sobre a arte, num contexto geral, e o motivo pelo qual você acredita que ela faz a diferença.

A arte sempre esteve presente em quase toda a história da civilização, povos da pré-história já usavam seus desenhos para ilustrar sua rotina nas paredes das cavernas, estava presente também na música, dança, histórias contadas. Demonstrando a importância de se expressar ou de passar uma ideia ou conceito adiante, nos acompanhando por toda as gerações.

Acredito que para quem gosta de desenhar há muitas possibilidades, tanto artísticas quanto profissionais, pois, desde um simples clip de papel a um carro moderno o desenho está presente, é uma arte de fácil acesso, com um lápis e um papel já é possível sair desenhando.

Algumas pessoas comentam que só sabem desenhar copiando, mas a ideia é justamente essa, já que mesmo a pessoa que desenha sem olhar está copiando da sua memória, e fez isso várias vezes a ponto de não precisar olhar.

Na minha opinião é possível dividir o aprendizado em 3 etapas:

1 - Copiar tudo que for possível, olhando, colocando a folha em branco por cima da imagem ou do jeito que achar mais fácil, a ideia é desenhar o mais próximo da referência possível.

2- Tentar misturar esses desenhos copiados, exemplo: na primeira etapa foi copiado um cavalo, depois um homem, depois um chapéu de forma separada, nessa fase, é interessante tentar juntar tudo isso, nesse caso, um homem de chapéu montando um cavalo.

3 - Depois de um bom tempo fazendo essas 2 etapas já se tem uma bagagem de desenhos diversos na memória, agora é só usar a criatividade mudando traços, criando situações e histórias com seus desenhos, é agora que se cria sem se preocupar muito se está bom ou ruim, desenhar por prazer.

Nessa área sempre se está aprendendo, por isso é bom sempre estar aberto a novas técnicas, artistas de estilos diferentes, absorver referências sem preconceitos. É muito importante praticar e praticar, pois sempre há o que melhorar, é interessante também procurar novas experiências através de viagens, conversas pessoais, livros, filmes e músicas dando uma pausa na técnica, isso acrescenta e muito no resultado final.

Telefone: 99986-6190

Instagram: https://www.instagram.com/desenhos_pablo_lima/

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