Voluntária improvisa camas para proteger cães do frio em terminal de ônibus em Curitiba

Animais vivem no Terminal da Barreirinha, em Curitiba. Cuidadora acorda cedo todos os dias para tratar dos bichinhos.

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Publicada 16 de Maio, 2017 às 10:03

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Ela não tem condições de levar os cães para casa, mas o coração falou mais alto ao ver aquela cena rotineira dos animais passando fome e frio no Terminal Barreirinha, em Curitiba. Há dez anos, a curitibana Neusa dos Santos acorda cedo todos os dias para tratar e cuidar dos animais abandonados no terminal.

Recentemente, para proteger os bichinhos do frio, Neusa improvisou camas feitas de pneus usados e colocou em uma estação tubo desativada no terminal. Nas últimas semanas, os termômetros têm registrado temperaturas mínimas na casa dos 12ºC na capital.

"Eu tinha que fazer alguma coisa. Alguém tinha que tomar uma atitude. E eu acho que essa missão era realmente minha. Hoje eu sou outra pessoa", conta Neusa, que é vigilante e atualmente está desempregada.

O gesto de carinho chamou a atenção dos funcionários do terminal e dos passageiros, que também ajudam a cuidar e a proteger o Pitoco, o Max e o Zóinho do risco constante de atropelamento por causa da circulação dos ônibus.

"Eu admiro demais o gesto da Neusa com os cães. Hoje em dia a gente não vê esse amor e essa atenção com os animais em qualquer lugar. Em diversos terminais de Curitiba o que se vê são animais largados, maltratados. Então, quando a gente se depara com uma cena dessa, dela trazendo todos os dias pela manhã o alimento, é uma coisa que não tem preço. Ela é um exemplo", disse o vigilante Robson Santos Guimarães.

Além de cuidar dos cães no terminal, Neusa também leva para casa para dar banho e faz passeios diários.

"Eu cuido porque eu amo os animais. Eu acho que quem não gosta de bicho, sinceramente, não tem coração. Ainda mais os cães, que são fiéis com a gente. Esses três aqui, por exemplo, sentem quando eu não estou bem. E eu também sinto quando alguma coisa ruim acontece com eles. A gente se ajuda. Enquanto eu estiver viva, eu vou cuidar deles", disse Neusa.

"Quando eu comecei a acolher os animais eram dez. Agora, estamos só com três. Alguns foram adotados, outros morreram atropelados, infelizmente", disse Neusa.

Ela contou ainda que sempre presencia situações de maus tratos no local. "O Pitoco, por exemplo, perdeu a visão do lado esquerdo porque levou um chute de um passageiro. Muito triste, tá louco", desabafou a cuidadora.

Atualmente, Neusa é voluntária do projeto Cão Comunitário, da Prefeitura de Curitiba. Parte dos recursos para alimentar e tratar dos animais são cedidos pelo projeto e por voluntários.

Fonte: G1

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