Estudante de 25 anos cria forma de combater bactérias resistentes a medicamentos

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Publicada 25 de Novembro, 2016 às 09:18

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O novo experimento só foi testado em ratos, mas pode ser a grande saída para o fim das bactérias resistentes aos antibióticos. O que é uma boa notícia, considerando que as Nações Unidas declararam que as bactérias resistentes são uma ameaça para a saúde global, matando cerca de 700.000 pessoas a cada ano. Segundo um estudo recente, o número de mortes pode subir para cerca de 10 milhões em 2050.

Além de superbactéria hospitalar comum resistente à meticilina, Staphylococcus aureus (MRSA), os cientistas também estão preocupados com a gonorreia, que está prestes a se tornar resistente a todas as drogas. 

Mas a estudante de PhD da Universidade de Melbourne, Shu Lam de 25 anos, desenvolveu um polímero em forma de estrela que pode matar seis estirpes sem usar antibióticos, simplesmente rasgando suas paredes celulares. ?Nós descobrimos que [os polímeros] realmente atingem as bactérias e podem matá-las de várias maneiras?, disse Lam Nicola Smith, ao The Telegraph. ?O método é interromper ou quebrar a parede celular das bactérias. Isso cria um estresse e faz com que elas comecem a se matar?, completou. 

A pesquisa foi publicada na Nature Microbiology, e de acordo com Smith, já está sendo considerada por cientistas como ?uma descoberta que poderia mudar a face da medicina moderna?. Porém, o estudo ainda está em fase inicial. Até agora, Lam testou os seus polímeros em seis estirpes de bactérias resistentes aos medicamentos in vitro e contra uma superbactéria em ratos vivos. Em todos os experimentos, eles foram capazes de matar as bactérias alvo e as novas gerações ? que tendem a desenvolver resistência aos polímeros.

Os polímeros ? chamados de Snapps ? penetram e desestabilizam a membrana celular das bactérias. Ao contrário dos antibióticos, que podem afetar as células saudáveis ​, o Snapps que Lam desenvolveu não parece oferecer esse risco. 

?Embora os resultados sejam positivos até agora, é muito cedo para ficar animado sobre o que isso pode significar para os seres humanos?, comenta Cyrille Boyer, da Universidade de New South Wales, na Austrália, que não estava envolvido no estudo. ?A principal vantagem parece ser que eles podem matar as bactérias de forma mais eficaz e seletiva?, completou.

Mas o que é impressionante sobre o novo projeto é que, enquanto as outras equipes estão à procura de novos antibióticos, Lam encontrou uma abordagem completamente diferente. ?Eu queria estar envolvida em algum tipo de pesquisa que iria ajudar a resolver problemas. Eu espero que os polímeros possam ser uma solução?, completou.

Fonte: Jornal Ciência

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