Alunos de São Paulo criam app para diminuir atropelamentos de animais

Jovens são do Sesi 413 de Mogi das Cruzes. Aplicativo gratuito faz parte de tarefa do Torneio Sesi-SP de Robótica.

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Publicada 26 de Outubro, 2016 às 09:25

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Alunos do ensino fundamental de Mogi das Cruzes criaram um aplicativo de celular que dá orientações sobre como socorrer animais silvestres acidentados em áreas urbanas. O app Atropela Menos foi desenvolvido pelos alunos de robótica do Sesi 413, em Brás Cubas, como uma das tarefas para a oitava temporada do Torneio Sesi de Robótica. O estudantes foram nesta terça-feira (25) para Jacareí para participar da primeira etapa da disputa.

O aplicativo mostra onde os animais costumam aparecer e também cria um canal de comunicação onde o cidadão pode informar e encaminhar fotos, caso se depare com um animal silvestre em risco, além de trazer um infográfico com os locais onde animais já foram resgatados.

No aplicativo é possivel coletar dados sobre os animais silvestres mais comuns na região, ter contato das autoridades ambientais, a formas corretas de prestar socorro e ainda um canal onde é possivel indicar o aparecimento de animais silvestres.

A cada temporada do torneio, além de construir e programar robôs, os alunos são desafiados a desenvolver um projeto de pesquisa que ofereça solução prática e inovadora para um problema real. O tema é "Aliados Animais", que incentiva os competidores a melhorar a forma como seres humanos e animais interagem uns com os outros.

Os alunos de Mogi das Cruzes, que integram a equipe Tecnovibe, fizeram uma pesquisa sobre os animais silvestres, já que a fauna do Alto Tietê é rica. "É muito legal porque os alunos aprendem a trabalhar em equipe, criar estratégias, delegar funções. Além disso, apresentam uma solução prática para um problema do cotidiano da cidade", destacou a professora Alessandra Oliveira Santos.

Durante meses eles pesquisaram sobre o tema com profissionais especializados. A quantidade de animais silvestres resgatados na região, também chamou a atenção para o problema: Dados da Fundação SOS Mata Atlântica mostram que o Alto Tietê tinha, originalmente, 252 hectares de Mata Atlântica. Atualmente, restam menos de 52 hestares.

Em Mogi das Cruzes, uma das áreas onde ocorreu desmatamento é a Serra do Itapeti. Muitos condomínios estão localizados em áreas onde só existia verde. Com isso, os animais silvestres perdem seu habitat, o que torna comuns as ocorrências de acidentes, atropelamentos e resgates em áreas urbanas. "Estamos felizes porque conseguimos apresentar uma solução que pode fazer a diferença e não custa nada. Queremos reduzir o número de atropelamentos de animais silvestres nas nossas rodovias e de uma forma colaborativa isso pode acontecer", disse o aluno do 8º ano, Rodolfo Calasans, de 13 anos.

Uma das fontes do projeto é o médico veterinário Jefferson Leite, que voluntariamente já resgatou quase 80 animais silvestres entre junho do ano passado até hoje.

O aplicativo, também traz o infográfico Resgate Silvestre, criado pela jornalista Jamile Santana, que localiza geograficamente os pontos onde estes animais já foram socorridos pelo veterinário em Mogi. O infográfico também traz informações como a espécie do animal, endereço, data e onde ele foi encontrado, além de quais condições e qual foi o encaminhamento.

"Esta é a segunda vez que participo do torneio de robótica e nunca imaginei que pudesse criar uma ferramenta que transformasse a vida das pessoas. É um trabalho que vai ser usado mesmo após o fim do torneio", comentou a aluna do 7º ano, Bruna Harada, de 13 anos. O app já está disponível pelo link do Atropela Menos.

Torneio

Outra etapa do Torneio Sesi de Robótica é quando os robôs entram em ação. Conhecida como Desafio do Robô, essa etapa exige que os estudantes construam e programem um robô autônomo, capaz de cumprir missões predeterminadas. A prova é realizada em uma mesa de competição, na qual os robôs devem executar as tarefas programadas em até dois minutos e meio. No caso de Mogi, o robô fará atividades como levar comida, transportar ou liberar alguns animais.

As equipes são compostas por seis alunos, um técnico e um mentor. A pontuação de cada time é baseada em três requisitos: projeto de pesquisa (inovação, apresentação e pesquisa), projeto do robô (design do robô, programação e estratégia e inovação); e core values (inspiração, trabalho em equipe e profissionalismo).

Fonte: G1

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