Cidade de prefeito preso elege prefeito cassado

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Publicada 03 de Outubro, 2016 às 09:29

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O candidato a prefeitura de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, Paulo Mac Donald (PDT), foi eleito com 58.163 votos válidos, ele está inelegível. Chico Brasileiro ficou em segunda colocação, com 54.488 votos, 67,88% dos votos válidos e deve assumir a prefeitura.

Paulo Mac Donald Ghisi, é engenheiro civil, sociólogo e empresário. Tenta retornar à prefeitura, cargo que já ocupou por dois mandatos, entre 2005 e 2012. Por conta de supostas irregularidades em sua gestão anterior, Mac Donald teve a candidatura indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral com base na lei da Ficha Limpa, pois já possui condenação por improbidade administrativa, dano ao erário e enriquecimento ilícito. Com recurso tramitando no Tribunal Superior Eleitoral, foi autorizado a prosseguir com sua campanha e aguardará uma decisão final para saber se poderá tomar posse.

Ele teve os direitos políticos cassados pelo Tribunal de Justiça por cinco anos e foi condenado a pagar multa no valor de R$ 258.903,76 aos cofres municipais. A ação civil pública foi movida pela 6ª Promotoria de Justiça do Município. A ação foi movida devido a irregularidades no processo licitatório e nas prorrogações de um contrato firmado em 2007 para captação de recursos no município.

Chico Brasileiro foi eleito deputado estadual em 2014 com 50.930 votos, Francisco Lacerda Brasileiro ? ou Chico Brasileiro ? foi vereador por dois mandatos (2000 e 2004) e vice-prefeito de Foz do Iguaçu (2008), tendo assumido neste período também o cargo de secretário municipal de Saúde, quando o prefeito era justamente seu principal adversário neste ano, Paulo Mac Donald. Natural de Piancó, na Paraíba, é formado em Odontologia.

Ex-prefeito

Neste ano ex-prefeito da cidade, Reni Pereira, foi afastado e a vice, Ivone Barofaldi da Silva, assumiu a posição. Ele foi apresentado como réu da Operação Pecúlio, que apura um esquema de corrupção nas licitações do município com recursos federais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Sistema Único de Saúde (SUS). O político é apontado como chefe da organização criminosa que fraudava concorrências públicas para a contratação de obras e serviços de Saúde pela Prefeitura.

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, aceitou a acusação do Ministério Público.

Reni Pereira foi indiciado pelos crimes de corrupção ativa e passiva, usurpação de função pública, fraudes a licitações, peculato e formação de quadrilha, além de coação no curso de inquérito policial e também da ação penal.

O prefeito afastado cumpre prisão domiciliar desde 14 de julho deste ano, quando também foi retirado das funções. Agora, os advogados se preparam para tentar reverter a situação dele recorrendo ao Superior Tribunal de Justiça, em Brasília.

Operação Pecúlio

A Operação Pecúlio foi deflagrada no dia 19 de abril e já teve quatro fases. A investigação tem mostrado que servidores públicos de várias secretarias municipais, diretores, agentes políticos, ex-secretários e empresários tinham um esquema montado para desviar dinheiro por meio de fraudes em licitações. A estimativa da Controladoria-Geral da União é de que cerca de R$ 5 milhões foram desviados dos cofres públicos.

O prefeito afastado de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, se tornou alvo na etapa mais recente e a ação contra ele corre na Justiça Federal porque ele tem foro privilegiado. Ao todo, 11 suspeitos permanecem presos.

Fonte: Paraná Portal

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