Atentado em Nice, no sul da França, deixa ao menos 84 mortos e 100 feridos

Ocupantes de um caminhão teriam acelerado contra a multidão que acompanhava a Festa Nacional de 14 de Julho no centro da cidade turística, segundo TV BFM

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Publicada 14 de Julho, 2016 às 20:12

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Um caminhão atropelou uma multidão de pedestres que participavam dos festejos da Festa Nacional de 14 de Julho em Nice, no sul da França. 

Segundo o Ministério Público francês, ao menos 60 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas.  Há relatos de troca de tiros entre a polícia e pelo menos um ocupante do caminhão, que teria sido abatido. 

O ataque aconteceu no momento em que os moradores da cidade e turistas acompanhavam a queima de fogos de artifícios no centro da cidade.

A administração regional de Alpes-Maritimes, da qual Nice é a capital, confirma a realização de um atentado por atropelamento por volta de 22h45 na Promenade des Anglais, no centro e coração turístico da cidade. 

As autoridades também orientaram a população a se manter em suas casas, interrompendo os festejos. "Caros moradores de Nice, o motorista de um caminhão parece ter feito dezenas de mortos. Mantenham-se em seus domicílios. Mais informações em alguns minutos", advertiu o presidente da região Alpes-Maritimes, Christian Estrosi, via Twitter.

As primeiras imagens distribuídas por redes sociais mostram corpos aglomerados em plena avenida e pânico, com correria em ruas adjascentes. Ainda não há um balanço oficial do número de mortos ou feridos, mas as primeiras informações extra-oficiais indicam que pelo menos 30 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridos.

Segundo o Palácio do Eliseu, o presidente da França, François Hollande, deixou a cidade de Avignon, onde passava a noite, e se dirigia a Paris no início da madrugada, onde um centro de crise foi organizado pelo Ministério do Interior, o órgão que controla as forças de segurança do país.

Até o início da madrugada, o Polo Antiterrorista do Ministério Público, que investiga os casos de atentados de natureza terrorista, ainda não havia sido oficialmente acionado para a apuração. As autoridades falam por ora em "atentado criminoso", mas ainda não em atentado terrorista. Tampouco há confirmação de reivindicação de ataque por organizações nacionais ou internacionais.

A França vivia na noite de ontem sua festa nacional, em comemoração à tomada da Bastilha, marco da Revolução Francesa, em 1789. Em entrevista especial concedida no início da tarde, François Hollande reiterou que a ameaça de atentados terroristas, em especial de militantes do grupo jihadista Estado Islâmico, continuava elevada. O chefe de Estado anunciou que manteria o nível de alerta máximo ? "Alerta Atentado" ?, que determina a mobilização das forças de ordem, mas anunciou a intenção de revogar o Estado de Emergência, que está em vigor no país desde a madrugada de 13 para 14 de novembro de 2015, quando dos atentados de Paris e Saint-Denis que deixaram 130 mortos. 

"A ameaça terrorista não é menos importante", advertiu Hollande, reconhecendo no entanto que o país precisava sair do regime de exceção, de forma a retornar ao funcionamento normal das instituições.

Ainda de acordo com o presidente, com a medida o efetivo de soldados das Forças Armadas mobilizado para reforçar a segurança de pontos sensíveis ? redes de transportes, sedes de instituições públicas e pontos turísticos ? cairia de 10 mil homens para 7 mil homens. Por outro lado, a mobilização dos efetivos policiais seria mantido. Hollande informou ainda durante a entrevista que o governo informaria nos próximos dias o Parlamento sobre o reforço de sua presença militar de apoio às tropas iraquianas em luta contra o Estado Islâmico na região de Mossul, no Iraque. 

A França vem sendo o país mais visado pelos atentados do grupo Estado Islâmico. Em 7, 8 e 9 janeiro de 2015, 17 pessoas morreram em Paris e Montrouge, e em 13 de novembro de 2015, outras 130 pessoas foram mortas na capital e em Saint-Denis.

Fonte: estadao.com.br

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