Em 4 anos, Batalhão de Fronteira do PR já mapeou 300 portos clandestinos

Lago de Itaipu e Rio Paraná são principais portas de entrada do contrabando. Em 2015 prejuízo para a indústria e o país foi de R$ 115 bilhões, diz estudo.

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Publicada 04 de Março, 2016 às 09:59

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Vídeo: Reprodução RPCTV

Desde o início das atividades no Paraná, em 2012, o Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron) da Polícia Militar já mapeou mais de 300 portos clandestinos ao longo dos 200 km de extensão do Lago de Itaipu, entre Foz do Iguaçu e Guaíra, no oeste do estado. O levantamento foi divulgado nesta quinta-feira (3), Dia Nacional de Combate ao Contrabando.

Segundo a polícia, os portos são usados como portas de entrada para o contrabando, principalmente de cigarros, e o tráfico de drogas e de armas. Em 2015, por exemplo, o BPFron apreendeu na região que concentral 139 municípios da faixa de fronteira com o Paraguai e a Argentina o equivalente a R$ 39 milhões em mercadorias ingressadas ilegalmente no país e quase 6 toneladas de entorpecentes.

O comandante do BPFron, major Adauto Nascimento Giraldes Almeida, explica que o foco da unidade, com sede em Marechal Cândido Rondon, é mapear os portos e aeroportos clandestinos e com estas informações coibir a ação das quadrilhas.

"Para isso, contamos com o trabalho das equipes de inteligência, além do apoio que recebemos nas ações conjuntas com a Receita Federal, a Polícia Federal, o Exército e a Marinha, entre outros órgãos", destaca.

O produto com o maior volume de apreensão é o cigarro produzido no Paraguai e que tem venda proibida no país. "Somente no ano passado, foram 434 mil pacotes apreendidos, o que causou um prejuízo de mais de R$ 19 milhões aos contrabandistas", afirma. Segundo o Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (Idesf), o cigarro responde por quase 70% dos produtos contrabandeados no Brasil.

Rotas e policiamento

Ainda em 2015, o BPFron abordou cerca de 17,1 mil veículos e 71 mil pessoas ? destas, 680 foram detidas ou presas. No mesmo período, mais de 3 mil ônibus foram vistoriados. O batalhão também registrou a apreensão de 38 embarcações com motores de vários tamanhos.

A maioria dos barcos é de grande porte e utilizada para o contrabando de cigarros pelo Lago de Itaipu, onde em alguns pontos a distância entre as margens brasileira e paraguai, bastante irregulares, é de apenas 600 metros. "A apreensão dessas embarcações, que têm grande capacidade de carga, quebra de forma direta a logística operacional dos traficantes e contrabandistas", avalia o major Giraldes.

Do Rio Paraná e do Lago de Itaipu, o contrabando segue em veículos de carga e em automóveis pelas rodovias da região como a BR-277, principal via entre Foz do Iguaçu e Cascavel, e a BR-163, no trecho entre Guaíra e Cascavel, de onde é distribuído para o restante do país. A pesquisa "Rotas do Crime ? Encruzilhadas do Contrabando", lançada nesta quinta-feira, aponta que rodovias estaduais do Mato Grosso do Sul vêm sendo cada vez mais utilizadas pelos criminosos.

A mudança, explica o estudo, se deve à intensificação das ações policiais no Paraná, o que pode ser comprovado, entre outros, com a queda em cerca de 30% no volume de apreensões registradas pela delegacia da Receita Federal em Foz do Iguaçu em 2015 em relação a 2014. Outro estudo, assinado pelo Fórum Nacional Cotra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), aponta que as perdas da indústria nacional e impostos que deixaram de ser recolhidos por causa do contrabando passaram de R$ 110 bilhões para R$ 115 bilhões.

Ainda nesta quinta, a Polícia Federal passou a atuar com mais uma base do Núcleo Especial de Polícia Marítima (Nepom) em Foz do Iguaçu, esta próximo à Ponte Internacional da Amizade, entre o Brasil e o Paraguai. A outra base fica no Lago de Itaipu, ainda na área da usina.

Fonte: G1

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